A filosofia é a área falante por natureza. É através dela que o homem
aprende a pensar. Contudo, para pensar bem, terá de cavar muita terra, pois o
verdadeiro conhecimento não se encontra na superfície, mas no fundo.
No questionamento do ser surge a metafísica. Mas o
que se entende por metafísica. É simplesmente algo além da física,
como parece indicar a etimologia da palavra? Não. De acordo com os filósofos da
antiguidade, a metafísica diz respeito aos primeiros
princípios, o arché, o primeiro motor. Lembremo-nos de que na
antiguidade não se falava em metafísica. O termo surgiu na Idade Média para
significar a "ciência que contém os primeiros princípios do conhecimento
humano".
Na perspectiva histórica, Sócrates foi o primeiro
filósofo a tratar das causas primeiras. Até a sua vinda, buscava-se o
conhecimento fora do indivíduo; com ele, para dentro de si mesmo, como atesta a
sua famosa frase: "conhece-te a ti mesmo". A contribuição de
Sócrates, ao estudo da metafísica, deu-se em dois momentos: ironia e
maiêutica. Na ironia buscava a apreensão do verdadeiro
conhecimento contido nas palavras; na maiêutica,
procurava produzir um novo conhecimento das palavras. No momento inicial,
confundia; depois, dava à luz uma nova ideia.
Platão foi o segundo filósofo a dar a sua
contribuição. Em seu mito da caverna elucida a questão. Para ele, a humanidade
vive dentro de uma caverna, cuja simbologia é opinião, falso saber, aparência
da realidade. Para penetrar na realidade das coisas, as pessoas precisam sair
das sombras, e ir ao encontro da luz, entendida por ele como ideias. Assim, o
sistema filosófico platônico consiste no discurso das ideias. Discurso que
mostra as formas ou os aspectos em que o ser se revela. Sua filosofia tornou-se
conhecida como a filosofia das ideias.
Aristóteles, o terceiro filósofo que contribuiu
para a compreensão da metafísica, chamava-a de filosofia primeira: philosophia
prôte (cf. Met., I, 2, 928a, 4). A substância constitui
o conceito fundamental da metafísica aristotélica, por que diz como o
ser aparece e consiste em si. A substancia denota uma forma
de presença clara e distinta, independente no ser, dotada de força
própria (dýnamis). A toda presença autônoma no ser e no agir,
Aristóteles chamava de substancia (ousía prôte =
presença em sentido próprio).
A questão do ser é a base da filosofia. Ele assume
papel relevante na metafísica, pois o ser, em qualquer situação em que for
colocado, será o ponto central e fundamental de toda a argumentação.
Fonte de Consulta
BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao Pensar: O Ser, o Conhecimento, a Linguagem. 28. ed., Petrópolis, Vozes, 2001.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/metaf%C3%ADsica
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