A filosofia é uma forma de compreensão
da vida e do mundo. Podemos especular sobre o mundo, sobre o ser, sobre a
verdade e sobre a justiça; podemos perscrutar e elaborar análises sobre os mais
variados temas; podemos tentar apreender o que é o bem e o que é mal. Contudo,
no fundo de tudo isto está o homem. Devíamos, assim, pedir à filosofia que nos
ajude a compreender o mundo humano, apontando-nos os caminhos que possam nos
afastar do mal. Diante desta colocação filosófica, pergunta-se: Que é o homem?
Qual sua função? Qual sua natureza? E seu destino?
Na Antropologia física, o homem é
classificado como Vertebrado, pertencente à classe dos Mamíferos, subclasse dos
Placentários, ordem dos Primatas, família dos Hominídeos, gênero Homo,
que se encontra representado na atualidade por uma única espécie, o Homo Sapiens.
Define-se também como o único animal mamífero de posição normal ou vertical,
capaz de linguagem articulada, constituindo entidade moral e social.
O termo homem presta-se a muitos
significados. Há o homem das cavernas, o homem da antiguidade, o homem medieval,
o homem moderno e o homem contemporâneo. Há, também, o homem econômico (Marx),
o homem instintivo (Freud), o homem angustiado (Kierkegaard), o homem existente
(Heidegger), o homem utópico (Bloch), o homem falível (Ricouer), o homem
hermenêutico (Gadamer), o homem problemático (Marcel) Há, ainda, o homem
autêntico, o homem solitário, o homem de fé e o homem virtuoso.
Ao fazermos uma análise filosófica do
homem, deparamo-nos com o seu duplo mistério, ou seja, ele é ao mesmo tempo
sujeito e objeto do conhecimento. A gnosiologia ou teoria do conhecimento
instrui-nos que todo conhecimento é uma relação entre o sujeito e o objeto. O
sujeito apreende o objeto e dele extrai um conhecimento, que pode ser
verdadeiro ou falso. No caso específico do homem, ele tem que apreender a si
mesmo. É como o pensamento analisando o próprio pensamento, enquanto está
pensando. Quer dizer, o pensamento não pode parar de pensar para analisar o
próprio pensamento.
O homem está no mundo, mas não é do
mundo. Há a sua corporeidade, mas também a sua espiritualidade, que o faz
transcender o mundo da matéria. Além de ser cultural, social, familial, o homem
é único e uno. O ser-único pode ser vislumbrado na impressão digital, no tom de
voz, no estilo literário etc. Não há outro igual. O ser-uno diz respeito à sua
constituição física e espiritual. Ele é um corpo que tem um espírito, de modo
que ele não é só corpo nem só espírito, mas a junção dos dois.
Cada ser humano é diferente do outro,
quer fisicamente, quer espiritualmente. Saibamos desenvolver as nossas
potencialidades, evitando invejar o progresso já alcançado pelos outros seres
viventes.
Fonte de Consulta
ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE
CULTURA. Lisboa: Verbo.
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