01 julho 2008

O Homem

A filosofia é uma forma de compreensão da vida e do mundo. Podemos especular sobre o mundo, sobre o ser, sobre a verdade e sobre a justiça; podemos perscrutar e elaborar análises sobre os mais variados temas; podemos tentar apreender o que é o bem e o que é mal. Contudo, no fundo de tudo isto está o homem. Devíamos, assim, pedir à filosofia que nos ajude a compreender o mundo humano, apontando-nos os caminhos que possam nos afastar do mal. Diante desta colocação filosófica, pergunta-se: Que é o homem? Qual sua função? Qual sua natureza? E seu destino?

Na Antropologia física, o homem é classificado como Vertebrado, pertencente à classe dos Mamíferos, subclasse dos Placentários, ordem dos Primatas, família dos Hominídeos, gênero Homo, que se encontra representado na atualidade por uma única espécie, o Homo Sapiens. Define-se também como o único animal mamífero de posição normal ou vertical, capaz de linguagem articulada, constituindo entidade moral e social.

O termo homem presta-se a muitos significados. Há o homem das cavernas, o homem da antiguidade, o homem medieval, o homem moderno e o homem contemporâneo. Há, também, o homem econômico (Marx), o homem instintivo (Freud), o homem angustiado (Kierkegaard), o homem existente (Heidegger), o homem utópico (Bloch), o homem falível (Ricouer), o homem hermenêutico (Gadamer), o homem problemático (Marcel) Há, ainda, o homem autêntico, o homem solitário, o homem de fé e o homem virtuoso.

Ao fazermos uma análise filosófica do homem, deparamo-nos com o seu duplo mistério, ou seja, ele é ao mesmo tempo sujeito e objeto do conhecimento. A gnosiologia ou teoria do conhecimento instrui-nos que todo conhecimento é uma relação entre o sujeito e o objeto. O sujeito apreende o objeto e dele extrai um conhecimento, que pode ser verdadeiro ou falso. No caso específico do homem, ele tem que apreender a si mesmo. É como o pensamento analisando o próprio pensamento, enquanto está pensando. Quer dizer, o pensamento não pode parar de pensar para analisar o próprio pensamento.

O homem está no mundo, mas não é do mundo. Há a sua corporeidade, mas também a sua espiritualidade, que o faz transcender o mundo da matéria. Além de ser cultural, social, familial, o homem é único e uno. O ser-único pode ser vislumbrado na impressão digital, no tom de voz, no estilo literário etc. Não há outro igual. O ser-uno diz respeito à sua constituição física e espiritual. Ele é um corpo que tem um espírito, de modo que ele não é só corpo nem só espírito, mas a junção dos dois.

Cada ser humano é diferente do outro, quer fisicamente, quer espiritualmente. Saibamos desenvolver as nossas potencialidades, evitando invejar o progresso já alcançado pelos outros seres viventes.

Fonte de Consulta

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo.



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