A leitura é essencial para a nossa formação, seja profissional seja
filosófica. Mas será que sabemos realmente ler? Quais são os tipos de leitura?
Como tornar mais proveitoso o nosso contato com os livros? Em se tratando da
leitura filosófica, recordemos que ela consiste em aprender a pensar. Há
necessidade de nos familiarizarmos com o texto, no sentido de aprofundá-lo
mediante os exercícios de reflexão.
Ao lado da "leitura-evasão" e da "leitura-cultura",
temos a "leitura-exercício". Enquanto as duas primeiras abrem caminho
para o imaginário, o deslocamento do real, esta é dinâmica e não passiva. Nesse
caso, ela é indissociável da anotação. Por isso, a sugestão de ler com papel e
lápis na mão. Para que haja produtividade, o leitor deve praticar o sobrevoo e
a diagonalização.
Diagonalizar é ler rapidamente tentando captar as informações essenciais ao nosso interesse. A diagonalização nada mais é do que a "seleção". Para quem não tem um objetivo, qualquer caminho serve. Aqui, o sobrevoo é útil para que possamos demarcar o terreno, que mais tarde será percorrido por uma leitura mais atenta
Para que a diagonalização seja eficaz, há necessidade de um método. Comecemos lendo imediatamente a introdução ou o prefácio. Muitas vezes, é aí que o autor condensa a sua ideia principal. Depois, procedamos a um exame minucioso do sumário, pois, quando bem feito, realça a estrutura de toda a obra. O índice analítico também é útil. Nele encontramos as principais palavras-chaves da obra.
Somente depois de todo esse processo é que podemos ir aos capítulos, no
sentido de estudar aquele que mais atende ao nosso interesse. Para bem
compreender, devemos bem selecionar. Aquilo que não serve, deve ser cortado,
sob pena de atrapalhar a nossa estrutura mental e espiritual.
A síntese da obra é a última etapa. Nela, podemos anotar algumas
palavras-chaves, as quais nos darão o rumo completo da referida obra.
Fonte de Consulta
RUSS, Jacqueline. Os Métodos da Filosofia. Tradução de
Gentil Avelino Titton. Petropólis, R.J.: Vozes, 2010.