Princípio quer dizer ponto de partida e fundamento
de um processo qualquer. "Ponto de partida" e "fundamento"
ou "causa" estão intimamente ligado. Em filosofia, a palavra
princípio é usada de forma metafórica, referindo-se a uma ordem ideal, e não a
uma sucessão real. Daí, falarmos de princípios da ação honesta, da ação
correta. Porém, onde encontrar esses princípios? E por que uma grande parcela
da população não os segue, mesmo sabendo que isso é o melhor para o ser humano?
Há inúmeros livros que tratam do assunto. Em
administração, fala-se que somente quem age por princípios é que realmente
obtém êxito. O princípio, nesse caso, não leva em conta o interesse pessoal,
mas o interesse público. Observe que quando o chefe age segundo os princípios
básicos, ele pode até provocar a ira de seus adversários, mas não os fará seus
inimigos, porque todos reconhecerão que o móvel da sua ação não foi para se
defender ou defender o seu interesse particular, mas para melhorar a posição do
grupo.
O taoísmo, filosofia oriental, evoca constantemente
esse princípio geral. Para eles, o princípio é o tao, o caminho. Partem, assim,
do pressuposto de que devemos deixar as coisas seguirem o seu curso natural,
inclusive, advogando que deveríamos facilitar tal desdobramento. Dizem:
"Se houver ruído, deixe ir até o fim; se houver calmaria, não a
interrompa". Afirmam que dirigir uma nação é como fritar peixes
pequeninos: se os deixarmos muito tempo ao fogo, queimam; se pouco, ficam meio
crus. Por isso, seguir o fluxo e não forçar para que se dê de uma determinada
maneira, é o melhor a fazer.
Sêneca, em seu livro Aprendendo a Viver,
também discorre sobre os princípios básicos da vida. Em sua tese, ele procura
destacar a diferença que há entre os preceitos e os princípios. Ele diz:
"Entre os princípios da filosofia e seus preceitos há a mesma diferença
que entre as letras e os membros de uma frase; estes dependem daquelas, que não
só os constituem como constituem todas as frases". Os preceitos podem conter
erros, pois não se consegue abarcar a dimensão do todo; os princípios, uma vez
assimilados, nunca mais deixam de nos conduzir na prática da justiça e do
amor ao próximo.
Em se tratando de uma ação, há o móvel da ação e a
ação propriamente dita. O móvel da ação é princípio, ou seja, o fundamento que
nos leva à ação. Supondo que se queira andar barbeado, o princípio da ação é
fazer a barba. Partindo desse princípio, temos que nos esforçar por fazer a
barba, diariamente. Se, por outro lado, a disposição for andar barbudo, não
precisaríamos nos preocupar com tal ato. Deste exemplo bastante simples,
podemos nos emaranhar em outros, muito mais complexos, como é o caso de não
roubar, de não fazer mal ao próximo etc.
Há, assim, muitos princípios que são universais, ou
seja, servem em qualquer lugar e em qualquer situação. Isso não quer dizer que
devemos agir como autômatos. O que se nos exige é que saibamos adaptá-los às
mais diversas circunstâncias da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário