Fundamentalismo é a concepção epistemológica
de que todo conhecimento fatual está ancorado em uma base muito firme ou fundamento. Em termos religiosos, os primeiros a
utilizá-lo foram os protestantes americanos que, no início do século XX,
designaram a si mesmos como “fundamentalistas”, para distinguir-se de
protestantes mais “liberais”, que, a seu ver, distorciam inteiramente a fé
cristã. Defendiam uma volta aos "fundamentos", literalmente
entendidos, da Bíblia. O fundamentalismo
militante é um desvio do fundamentalismo propriamente dito, pois evoca
a luta com a espada para que a sua fé prevaleça sobre a do adversário.
As religiões são
criações humanas com um fundo divino. Elas encorajam as pessoas a crerem
em algo além da matéria. Muitas delas têm um fundador ou revelador: o judaísmo
em Moisés, o cristianismo, em Cristo, o islamismo, em Maomé. Há algo comum em
todas elas: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo".
A ciência que
combate a religião acaba se tornando uma (pseudo) religião. Por quê? O combate
cria as suas próprias regras, pois alguns cientistas igualam-se a Deus e creem
donos do saber, e às vezes, de um único saber. Há que se tomar muito
cuidado com o indivíduo de pensamento fixo, de uma única ideia. Exemplo:
marxismo, psicanálise e Darwin.
O marxismo como
fundamentalismo tem seu culto de um único livro (O Capital), uma única
verdade (a do marxismo-leninismo) e um único inimigo (o capitalismo). Freud, o
pai da psicanálise, trata da religião em três dos seus principais livros.
Em Totem e Tabu, por exemplo, sustentou a tese de que toda a religião
não passa de uma forma coletiva de neurose – ou de culpa pelo homicídio da
"figura paterna". O fundamentalismo evolucionista de Darwin foi a
causa da perda de fé de muitos jovens.
Indivíduos —
religiosos, políticos e cientistas — que são adeptos de uma única ideia são
chamados de "homens de um livro só". O fundamentalismo militante está
inserido nesse contexto. É uma crença superficial que luta contra outra crença,
também superficial. A substância de cada religião fica em segundo plano. Há um
menosprezo pela herança cultural, científica e mística deixada pela civilização
ao longo dos séculos.
Não sejamos apressados em aceitar
as críticas ao fundamentalismo militante associando-as ao islamismo
propriamente dito. O fundamentalismo é a parte insignificante de todo o
arcabouço doutrinário contido no Corão de Maomé.
Fonte de
Consulta
AZEVEDO, Mateus Soares de. Homens
de um Livro Só: O Fundamentalismo no Islã, no Cristianismo e no Pensamento
Moderno. Rio de Janeiro: Nova Era, 2008.
Frases extraídas deste livro
"Cuidado
com o homem de um livro só." [Santo Tomás de Aquino (1224-1274)]
Diz o famoso
versículo 256 da sura 2 do Corão: "Não há imposição em matéria de
religião.
O profeta Maomé
ensina que "A jihad mais excelente é a conquista do ego."
A Charia é a lei
da ação; o sufismo, a lei da contemplação.
O ponto de
partida do islã não é o amor a Deus, como é no cristianismo, mas sim a
obediência à Lei revelada (Charia).
O islã sustenta
ser a última grande religião a surgir no palco da história — reivindicação que
não foi desmentida nos últimos 14 séculos.
Marcam o islã as
seguintes características essenciais: a simplicidade de sua doutrina básica,
acessível à média dos homens; a sobriedade e mesmo austeridade de seus costumes
e de sua arte; o vigor de sua fé.
A religião, de
fato, tem como principal pilar o conceito da unidade e unicidade de Deus.
O geólogo,
médico e teólogo norte-americano Rama Coomaraswamy (1929-2006) comentou:
"Vocês conhecem a fábula da princesa que beijou um sapo e o transformou em
um lindo príncipe. Pois a teoria da evolução sustenta que foi isso mesmo que
aconteceu."
Yves Delange,
professor de zoologia da Sorbonne, admite que "não há provas definitivas
de que a evolução transformista postulada por Darwin tenha jamais
ocorrido".
"Quando o
dedo aponta para a lua, os tolos olham para o dedo", diz um provérbio
zen.