Tales de Mileto, Anaximandro, Pitágoras e Heráclito — os primeiros
pensadores gregos — foram contemporâneos de Lao-tzu, Confúcio, Buda e
Zaratustra (o fundador da religião persa), filósofos orientais. Os filósofos
gregos queriam tornar racional o conhecimento, fugindo, assim, do mito e das
opiniões. Propunham alguns problemas e buscavam respostas baseadas na razão.
Os problemas levantados: a
existência de Deus, a ligação de Deus com esse mundo sensível, o problema do
mal, a relação entre moral e religião e as relações entre a alma e o corpo. As
perguntas decorrentes: se Deus existe, como é Deus? Como demonstrar a sua
existência? Deus é imanente ou transcendente? Se Deus é onipotente, por que
existe o mal? Será possível uma moral sem religião? Existem princípios morais a
todas as religiões? Existe alma? Ela é imortal? Que função desempenha? Como
coexiste com o corpo? Depois da morte, ela voltará a se reunir com ele? Todas
essas perguntas foram respondidas, de forma diferente, ao longo dos seus 2.600
anos.
Antiguidade:
os pré-socráticos não tinham plena convicção de Deus. O agnóstico Protágoras
dissera: "Sobre os deuses, não posso saber se existem ou não, pois há dois
obstáculos: a obscuridade do problema e a brevidade da vida humana".
Platão fala de um artesão divino, o demiurgo, intermediário entre os dois
mundos. Aristóteles descreve Deus como o primeiro motor do Universo. Epicuro
defendia a ética de origem exclusivamente humana. Os estoicos pregavam que o
próprio mundo é o Deus racional, submetido à lógica do seu pensamento.
Idade Média: a filosofia e a teologia caminham juntas, com a
primeira reduzida a um instrumento de fé. O problema central era: conciliar as
exigências da razão com as perspectivas da fé na revelação. Para Santo
Agostinho, por exemplo, "Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis
e eternos, que são as ideias divinas. Essas ideias ou razões não existem em um
mundo à parte, como afirmava Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina,
conforme o testemunho da Bíblia".
A revolução científica dos séculos
XVI e XVII deu uma nova imagem ao divino: "Deus é o criador de uma máquina
perfeita que Ele se limita a vigiar depois de tê-la posta em marcha". Em consequência,
o século XVIII foi inundado de posições materialistas e ateias, as quais
acabaram negando abertamente a existência de Deus: Hume, por exemplo, fez
sérias objeções à possibilidade de se demonstrar a existência de Deus; Marx,
por seu turno, via a religião como o ópio do povo: ela somente existiria
enquanto existisse "um mundo necessitado de ilusões". Nietzsche, no
entanto, foi o filósofo mais contundente: anunciou a morte de Deus na cultura
ocidental.
Depois de a revolução científica criar condições
para a morte de Deus, as ideias religiosas entram em contato com as teorias
psicanalíticas de Freud, que definiu a religião como uma neurose obsessiva
da coletividade humana. Freud diz: "seria muito agradável que Deus
existisse, e que houvesse criado o mundo, e que sua providência fosse
benevolente. Seria excelente que existisse uma ordem moral no universo, e que
existisse uma vida futura; mas é muito surpreendente que tudo isso coincida com
o que todos nos somos obrigados a desejar que exista".
Por mais que os estudiosos queiram demonstrar a
insignificância da religião, ela resiste ao tempo e ao espaço, porque
representa o sentimento natural de adoração a um ser superior.
Fonte de Consulta
Temática Barsa – Filosofia
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