22 junho 2014

Um Passeio pela Antiguidade

Roger-Pol Droit, em "Um Passeio pela Antiguidade", descortina-nos novos horizontes a respeito dos Antigos. Acha que eles estão esquecidos, que houve um rompimento entre nós e a cultura antiga. O acesso a essas obras é praticado apenas por especialistas, mas em vias de se acabar. 

Quer nos mostrar a necessidade cada vez maior de buscar essa reserva de experiências humanas, de exercícios espirituais, de regras de vida e de métodos de reflexão que eles desenvolveram naquela época. Hoje, o aprendizado de ciência e técnica absorve a maior parte do tempo do estudante. Incentiva-nos, assim, a mudar o nosso olhar sobre os antigos: "deixemos de ver a Antiguidade como algo morto, respeitável e tedioso, vagamente decorativo mas inútil para o mundo real". 

 

 




16 junho 2014

O Oráculo e o Trabalhar com Método

"O gênio é um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração." (Thomas Edison)

Os pensamentos pululam ao redor de nosso cérebro, esperando o momento propício para se transformarem em palavras, verbais ou escritas. Nesse caso, o livre pensar é útil porque nos deixamos envolver pelo mistério, pelo novo, pela criatividade. Disto resulta uma ideia nova, uma descoberta, a construção de alguma engenhoca etc. Nada disso, porém, deve nos isentar do trabalho de pesquisa, que se traduz pelo método, principalmente o método filosófico.

O método filosófico compreende principalmente a análise, o questionamento, a problemática e a reflexão. Quando trabalhamos com método, supomos que todos nós podemos dominar as dificuldades inerentes a um problema, a uma situação. Regra fundamental é ver a questão por trás do enunciado, a interrogação sob a afirmação, a dificuldade sob a aparente evidência, que são os pressupostos básicos do filosofar.

Para uma melhor compreensão deste tema, reflitamos sobre o pensamento de Kant: “Numa palavra, todos se consideram senhores na medida em que se julgam dispensados de trabalhar; e, segundo este princípio, foi-se recentemente tão longe neste caminho que agora anuncia-se de forma aberta e declarada uma pretensa filosofia para a qual não é preciso absolutamente trabalhar; basta dar ouvido ao oráculo dentro de si mesmo e utilizá-lo a seu favor para assegurar-se a plena posse de toda a sabedoria que se pode esperar da filosofia.” Quer dizer, por maior que seja o oráculo que nos acompanha, não deixemos tudo ao seu encargo; ao contrário, metamos mãos à obra.

Fazer um trabalho filosófico é, antes de mais nada, colocar uma série de questões ordenadas, imanentes ao tema e não repetitivas. Em vista do exposto, cabe-nos buscar a chave do nosso aprendizado, que é o aprofundamento de tudo o que visita os nossos pensamentos. Assim, vamos fugindo da superficialidade e buscando um conhecimento mais realista, baseado em conceitos e definições, os quais serão extremamente úteis na formação de nossos argumentos.

Pensar por si mesmo exige um trabalho árduo de vencer o comodismo de nosso cérebro. Ouçamos o nosso oráculo interior, mas não nos esqueçamos de debruçar o pensamento sobre os tratados que já se tornaram clássicos em filosofia.

Fonte de Consulta

RUSS, Jacqueline. Os Métodos em Filosofia. Tradução de Gentil Avelino Titton. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.