30 outubro 2014

Ciência: Senso Comum, Acaso e Dinheiro

Em seu avanço, a ciência parece estar sempre lutando contra o senso comum. Isso acontece porque temos opiniões e queremos que elas sejam respeitadas. Em assuntos científicos, porém, a opinião da maioria não importa, pois muitas de suas verdades são contraintuitivas e seu progresso independente de nossa maneira de ver o mundo. A ciência não é democrática.

No âmago da ciência, há um elemento denominado acaso. Muitas de suas descobertas surgiram como um insight, a ponto de Luis Pasteur, o pai da teoria dos germes e um dos criadores do método de pasteurização, dizer: "O acaso favorece quem está intelectualmente preparado". Não basta ter sorte; o importante é estar no lugar certo e na hora certa.

Em algumas dimensões da realidade, além da personalidade do cientista, as pressões financeiras exerceram papel preponderante. No estudo dos astros, o uso do telescópio por Galileu foi em grande parte movido por dinheiro. "Quando ouviu os primeiros rumores sobre o novo e maravilhoso invento, o "óculo espião", ele se entusiasmou e agiu porque estava em difícil situação financeira — ele era um professor de matemática de meia-idade, sem muitas perspectivas, e precisava melhorar de status e de finanças".

Kepler, no início do século XVII, trabalhando sozinho em Praga, descobriu as leis do movimento planetário. Sem a Reforma, que abalou a sua crença nas autoridades estabelecidas, e sem o apoio financeiro e político do imperador do Sacro Império Romano, Rodolfo II - obcecado por horóscopo, ele não teria a oportunidade de coletar os dados acerca do Universo. Durante cinco anos, preencheu centenas de páginas de cálculos até ver concluída a sua obra. Mais tarde, escreveu: "Se você, caro leitor, se aborrece com estes cálculos enfadonhos, tenha pena de mim, que tive de repeti-los 70 vezes." 

Fonte de Consulta

MOSLEY, Micahel e LYNCH, John. Uma História da Ciência: Experiência, Poder e Paixão. Tradução de Ivan Weisz Kuck. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.




21 outubro 2014

O Fracasso Pode Levar ao Êxito

“Quando você fracassa em algo, muitas vezes a coisa mais difícil do mundo é voltar a tentá-la — e firmar-se nisso até transformar o fracasso em sucesso.”

Desilusão, fracasso e embaraço são desculpas para a comodidade de nosso ego. Essas desculpas, porém, nos são extremamente caras, pois dificultam a busca de soluções para o nosso problema, inclusive restringe-nos a possibilidade de enfrentar uma verdade sobre nós mesmos.

Quando damos força ao infortúnio, deprimimo-nos emocional e mentalmente e, com isso, atraímos outras desgraças. Forma-se uma espécie de círculo vicioso. O que foi plantado no passado, passa-nos a atormentar no presente, formando novos tormentos que não têm mais fim.

Para isso, adotemos o código do homem de ação.

  • Mantenhamos uma atitude mental positiva e otimista diante de todas as situações aparentemente negativas.
  • Procuremos corrigir os enganos rapidamente — logo que possível.
  • Tenhamos em mente que o desejo atrai as oportunidades; o medo, o fracasso.
  • Sigamos o princípio da aprendizagem: aprender a fazer fazendo.
  • Por último, conscientizemo-nos de que o passado não deve atormentar o presente.

“O que se planta no "solo da consciência" cria raízes: um fracasso produzirá outro fracasso e este levará a novas derrotas — a menos que a cadeia progressiva dos fracassos seja extirpada.” 

 

14 outubro 2014

Frases para Ajudar a Pensar

"Recentemente fiz uma revisão da sabedoria popular e um dos provérbios que criei é Nada prejudica mais que o sucesso, porque você não aprende nada com ele. A única coisa com a qual sempre aprendemos é o fracasso. O sucesso apenas confirma nossas superstições." (Keneth Boulding)

Haverá alguma coisa que se altere, como resultado da minha preocupação a respeito?

Só os inseguros lutam por segurança. A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério. Ele é a verdadeira fonte de toda arte e ciência.

Você é capaz de aceitar alguma coisa nova, ou se apega rigidamente a seu comportamento habitual?

Você ensinou realmente durante trinta anos, ou ensinou um mesmo ano, trinta vezes?

A perfeição significa imobilidade. Se você tem para si próprio padrões perfeitos, então nunca tentará coisa alguma e não fará muita coisa, porque a perfeição não é um conceito que se aplique a seres humanos.

Não se deve ensinar ninguém a ser competitivo, a tentar ou mesmo fazer bem alguma coisa

 .

08 outubro 2014

Pensamento Evolutivo

"O conhecimento por si só é uma coisa abstrata. Ele só tem valor quando é repassado aos outros."

A base do pensamento evolutivo começou há centenas e centenas de anos. No início dos tempos, as especulações eram míticas. Exemplo: um trovão era interpretado como a fúria dos deuses. Conhecimento mítico é o conhecimento que não é racional, mas o ser humano precisa dele, pois tem necessidade de dar uma resposta à sua curiosidade.

Nos séculos VI e VII a.C., os gregos descobriram a filosofia, que é o uso racional do conhecimento. O que fizeram do conhecido mítico até então acumulado? Houve uma compartilhação entre o racional e o mítico. Aos poucos, foi-se substituindo o conhecimento mítico pelo racional.

Antes o conhecimento era global: tudo fazia parte da filosofia. Com o passar do tempo, esses conhecimentos se especializaram e se tornaram ciência. A Psicologia, por exemplo, é uma das ciências mais recentes a se desprender do tronco comum da filosofia. Uma questão para refletir: a especialização da especialização do saber não faz o ser humano perder a noção do todo? 

O conhecimento do senso comum. O homem tem necessidade de resolver os seus problemas; resolve-os através de erros e acertos, mas não sabe o porquê. Fica na superfície; não se aventura a buscar a essência. Exemplo: um chá caseiro cura um resfriado. A pessoa sabe que cura, mas não tem informações científicas sobre aquela erva. Outro exemplo: viajar de avião é perigoso. Um engenheiro de aviação pode nos mostrar que é mais seguro do que andar a pé pela cidade. 

O conhecimento científico, ao contrário do conhecimento do senso comum, é um conhecimento que vai à busca das causas, das leis e da essência dos fenômenos. Os seus princípios são: 

  • Transcende aos fatos — tem que descobrir a essência. 
  • Exatidão e clareza — todos podem fazer uso do conhecimento. 
  • Deve ser comunicável — sem comunicação não se torna conhecimento. 
  • Deve ser verificável — o que descobri no meu quarto pode ser feito em qualquer lugar do mundo.
  • Fazer predições — descoberta uma lei, pode-se prever o que acontecerá.
  • É aberto — uma verdade científica de hoje pode ser uma mentira amanhã. 



Homem: Unidade e Contradição

O homem se apresenta como unidade e contradição. Há uma série de instâncias antagônicas, dentre as quais, citamos: o homem como ser animal e social; o ser humano como homem e mulher; o homem dentro e fora de si mesmo; razão versus coração; teoria e práxis; o passado e o futuro.

O homem é um ser social que se realiza em contato com outros seres humanos. Como animal, estaria submetido à espécie, o que não ocasionaria conflito. O conflito surge quando, superando a animalidade, torna-se pessoa e transforma-se num fim em si mesmo. O problema: terá de viver com outros seres humanos, que também são um fim em si mesmo, exigindo o devido respeito.  

O ser humano apresenta-se sexualmente como homem e mulher. As características físicas e psíquicas de cada sexo são diferentes, pois ambos têm missões distintas. A força do homem, porém, converteu-se em lei e a mulher transformou-se num objeto de posse e satisfação sexual do homem. O sexo, que devia coroar as instâncias do amor, escravizou a mulher, com as consequentes deformações masculinas.

Além das tensões entre pessoas, há um antagonismo dentro da própria pessoa: os anseios mais nobres do espírito. O homem é um ser limitado, sujeito aos apetites da carne; ao mesmo tempo, é também um ser espiritual. Há, assim, uma luta entre os ideais mais nobres do espírito e aqueles que o mundo sensível lhes oferece. Uma meta elevada exige sacrifícios que só podem realizar-se às custas dos desejos primários. 

Razão e coração são polos de antagonismo. Como se explica? O conflito está na busca fria e abstrata de uma verdade universal, que pertence a todos, e os anseios do coração, que é pessoal. A verdade abstrata é a razão, o conhecimento, a lógica das relações. A verdade do sujeito, aquela que compromete todo o seu ser, é exclusiva, é aquela que o sujeito captou dentro de sua limitação. 

A contraposição entre teoria e práxis. A teoria e a prática são duas vertentes de uma mesma realidade. A teoria diz respeito à vida intelectual, de estudos, de aplicação, de meditação. A prática sugere o uso das mãos, da ação, da operosidade. Muitas vezes o ser humano tem que escolher uma dessas duas facetas em detrimento da outra. Viver nada mais é do que dar preferência a um desses dois campos da existência.

A ambiguidade entre passado e futuro. A vida é um fluir, é um deslocamento do passado ao futuro. No presente, podemos assumir uma atitude de defesa do presente que se vai cristalizando no passado ou uma atitude mais revolucionária que se projeta no futuro. Por isso, o conservadorismo e o progressismo, a segurança do passado e a esperança do porvir.

Fonte de Consulta

IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983.