O ser humano, na sua maioria, forma uma
imagem dos fatos e permanece fixo nessa dimensão da realidade. Quando algo vem
de encontro à sua maneira de pensar, logo acha motivos para rechaçar tal ideia,
uma vez que já tem um conceito formado sobre o assunto. Ao mesmo tempo, como
que de prontidão, cognomina de inverdade o conhecimento estranho que se lhe
apresentou.
Diz-se que a realidade é o que é. Ela
não é nem falsa nem verdadeira. Falsos ou verdadeiros são os nossos juízos a
respeito da mesma. Significa dizer que a imagem que fazemos da realidade pode
ser verdadeira ou falsa. Porém, como, distinguir a imagem falsa da verdadeira?
Nesse sentido, os filósofos desenvolveram duas teorias - a da correspondência e
a da coerência - tentando, com isso, elucidar o problema da
verdade e do verdadeiro.
Na teoria da correspondência,
"verdadeiro" significa "o que é coerente com os
fatos"; na teoria da coerência, "verdadeiro"
significa "o que é coerente com o corpo de enunciados aceitos". A
crítica da teoria da coerência pode ser visualizada da seguinte forma:
geralmente enunciamos o fato de acordo com nossa razão, mas não suficiente para
aceitá-lo como verdadeiro, pois se a coerência é uma prova da verdade não pode
ser o mesmo que a verdade. A crítica da correspondência encontra-se em formular
uma correspondência sem sentido algum, mas mostrando coerência lógica. Um
exemplo: é verdadeiro que não existem os centauros. Mas o que são os centauros?
A posição filosófica da imagem depende
muito da visão do observador. Caso seja pragmatista, a imagem que
formará da realidade será a de utilidade, no sentido de que tudo o que é útil é
verdadeiro. Caso seja existencialista, a imagem do mundo exterior
será uma massa de inconsistências e de absurdos, em que o senso real é o não
senso, ou seja, o mundo é meramente a ilusão de nossas próprias ideias.
Diante dessas dificuldades de ordem
epistemológicas, onde buscar o verdadeiro sentido da nossa existência? Na FÉ.
Somente a FÉ é capaz de dar-nos o equilíbrio do pensamento e
auxiliar-nos a formar uma imagem mais ajustada à própria realidade. Isto prova
que existe em cada um de nós um elemento latente, natural, que nos faz crer no
bem, na justiça, no amor sem que precisemos provar a sua coerência lógica.
Formemos uma imagem serena da
realidade. Somente assim conseguiremos vencer o mar alto das grandes desilusões
do nosso pensamento.
Fonte de Consulta
BOULDING, K. E., The Image:
Knowledge in Life and Society. 6. ed., Estados Unidos, University of
Michigan, 1968
URMSON, J. O. Enciclopedia
Concisa de Filosofía y filósofos. 2. ed., Madrid, Catedra, 1975.
Nenhum comentário:
Postar um comentário