Teosofia. Etimologicamente, vem do grego theosophia.
Significa comunicação com Deus, conhecimento de Deus ou ciência das coisas
divinas. Foi usada em diversos sentidos, tanto na cabala quanto no
neoplatonismo. O mais comum é remontar ao panteísmo emanantista inspirado no
budismo e no hinduísmo, pregado inicialmente pela teosofista russa Helena
Petrovina Blavatsky (1831-1891); depois pela inglesa Annie Wood Besant
(1847-1933).
A Sociedade Teosófica foi fundada por
Helena Blavatsky e H. S. Olcoott em 1875. Ao longo do tempo, houve algumas
dissidências, principalmente após a morte de Blavatsky. Em termos práticos,
somente aos iniciados é facultado o conhecimento secreto. Acreditam na
reencarnação e na lei do karma. Depois da morte física, o espírito passa pelo
purgatório, onde sofre modificações que o fazem penetrar no Devakhan, uma
espécie de paraíso. É do paraíso que se dá a reencarnação em um novo corpo.
O êxito de Blavatsky e, concomitantemente
da Sociedade Teosófica, foi o de adaptar o seu ocultismo às necessidades dos
seres humanos, pois o Iluminismo e a ciência tinham desviado as pessoas da
religião e de Deus. A teosofia despertava a esperança num mundo melhor. Observe
que os autores teosóficos, além de aceitarem o conhecimento intuitivo (ou
místico) de Deus, mas sem revelação, acreditavam também que todas as crenças
têm um fundo comum, que se consubstancia na compaixão e na fraternidade
universal.
De acordo com Alfredo Nieva, em sua Enciclopédia de Conhecimentos Esotéricos, "A teosofia não é nem uma seita, nem uma
religião, nem uma filosofia, nem um partido, nem tem cor política determinada,
senão um reflexo da Sabedoria Divina, da Sabedoria de Deus (que é o significado
etimológico da palavra Teosofia e não a sabedoria dos deuses), se sobressai acima
de todas as religiões, escolas, partidos, filosofias e ciências, para do ápice
do discernimento sinalar os pontos de contato e coincidência e conciliar as
discrepâncias entre as manifestações do pensamento humano, a fim de encontrar
uma unidade na aparente diversidade".
A sociedade teosófica admite representantes de qualquer crença religiosa. O seu objetivo é enaltecer a verdade e combater a superstição, a perseguição, a falsa ciência, o fanatismo. Proclama que, por mais divergentes que possam ser as crenças, todas elas se assentam em uma única verdade, ou princípio fundamental, que é a Sabedoria Divina dos grandes instrutores do mundo, contida na Bíblia Cristã, nos Vedas, em Pitágoras, em Sócrates