“Condenável não é a sentença, mas a vontade
perversa que a inspira.”
Por desrespeitar os deuses gregos e incitar os
jovens à desobediência, Sócrates fora preso e condenado a beber cicuta. Os
amigos poderiam libertá-lo. Não o quis. Por quê? Quis dar o exemplo de
obediência ao seu daimon, o seu deus interior
Para Sócrates, o filósofo deseja morrer. A
sua tese: a morte é um bem. Sócrates supunha duas
alternativas para a morte: o nada e a transmigração da alma. Sendo nada, uma
espécie de sono profundo, ela é preferível à vida. Se a morte, porém, é a
passagem da alma para o além-túmulo, é uma grande oportunidade para encontrar
homens ilustres, e continuar aprendendo com eles
Afirma que a tranquilidade interior do homem
honesto é superior à morte. Acha que cada acontecimento, inclusive a condenação
à morte, tem uma razão de ser. Ele diz que mesmo o que aconteceu com ele não
aconteceu por acaso, achando que morrer naquela circunstância era livrar-se de
todas as suas fadigas. Como não recebeu nenhum sinal divino que o detivesse, a
morte era o maior dos bens
“Mas é chegada a hora de partir: eu para a morte e
vós para a vida. Quem de nós se encontra para o melhor destino, todos nós
ignoramos, exceto o deus”. Somente Deus conhece a verdade
Fonte de consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de
Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São
Paulo: Globo, 2005.