A nossa mente é o resultado de todas as nossas
experiências passadas. Nela estão gravados as nossas crenças, os nossos hábitos
e os nossos automatismos. Os nossos erros e os nossos acertos foram, ao longo
do tempo, constituindo aquilo que denominamos o eu. O eu,
visto desta forma, é um elemento de causa, isto é, fruto de uma experiência
passada. Pergunta-se: como romper com os reflexos condicionados negativos e
transformá-la num polo positivo de criatividade?
Comecemos esta abordagem por uma reflexão sobre o
inconsciente. O que é o inconsciente? Como se expressa? O inconsciente é esse
passado, o qual fica escondido em nossa mente. Os nossos impulsos e as nossas
tendências ali estão guardados, contudo não os percebemos de imediato. Diz-nos
a Psicologia que quando queremos repreender alguém que fala alto demais, que
liga o seu aparelho de som no último volume ou que usa o celular em lugares
indevidos, é porque gostaríamos de estar fazendo o mesmo, mas nos reprimimos.
Se víssemos o defeito do outro como um espelho em nós, muito
lucraríamos com isso.
A percepção do defeito do outro deve ensejar uma
mudança em nossas atitudes. Como realizá-la? Partindo de um princípio
fundamental: "tudo aquilo em que nos concentramos se expande". Se o
nosso foco é o crime, o tédio e a falta de dinheiro é isso que se expande em
nossa mente. Assim, se nos concentrarmos em todas as coisas problemáticas,
negativas, difíceis e impossíveis de aceitar, criamos resistência à conexão
afirmativa e criativa com as suas reais circunstâncias.
De acordo com Campbell, Freud nos ensinou a culpar
os nossos pais e Marx a classe dominante. Acrescenta que "Na verdade, a
única pessoa que você realmente pode considerar responsável é você mesmo".
Em vista disso, não deveríamos culpar nem o acaso e nem o próximo pelas nossas
derrocadas. O correto é lidar com a vida que surge: se algo nos acontece é
porque deveria realmente nos acontecer. Com isso, tomamos participação ativa na
vida e em tudo que nos rodeia.
Todo o ser humano tem potenciais e possibilidades à
espera de realização. Consequentemente, as nossas conversas, os nossos diálogos
e os nossos embates devem primar pela abertura ao novo. O processo criativo
poderia ser descrito da seguinte forma: uma vez posto um objetivo, haverá
divergências e convergências, as quais deverão encaminhar para uma síntese, que
é a solução de um problema. Lembremo-nos de que adoção de uma Visão de Mundo
Criativa requer um contexto distinto para a interpretação do que acontece na
nossa vida.
Avante! Como ainda somos crianças na arte de
elevar, é importante que nos coloquemos humildemente diante de nossas
imperfeições. Todo o dia é dia de melhorar alguma coisa em nós.
Fonte de Consulta
LAND, George e JARMAN, Beth. Ponto de
Ruptura e Transformação: Como Entender e Moldar as Forças de Mutação. Trad.
de Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Cultrix, 1995.
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