“O homem livre, em
nenhuma coisa pensa menos do que na morte, e a sua sabedoria não é uma
meditação da morte, mas da vida.” (Spinoza)
Perscrutando a
história da humanidade, verificamos que as religiões e as filosofias são os
grandes mananciais de sabedoria. Em toda época, foram elas que guiaram o ser
humano em sua caminhada rumo à aquisição das virtudes. Um talento enterrado de
nada serve para a vida prática. Hoje, a sabedoria da antiguidade parece que foi
banida dos comportamentos e atitudes dos seres humanos. A maioria “faz pouco da
moral”.
O “permissivismo”
ainda está em moda na família e na educação escolar. Esse procedimento gera um
enfraquecimento de toda espécie de disciplina. Há, também, uma negação de toda
hierarquia, baseada na competência e no mérito. Não se importar com a moral é
fácil, mas quais são as suas consequências? Fraude, trapaça e corrupção são
algumas de suas consequências. O indivíduo tem que se exercitar na honestidade,
no amor a si mesmo e ao próximo e na prática do bem, ensinamentos esses
propostos por toda filosofia e religião.
Platão já nos
alertava sobre o bom uso que se deve fazer dos próprios
conhecimentos. Eles devem ser úteis para proveito próprio e dos outros. A
procura do novo nem sempre é a melhor escolha. É mais fruto do medo de que algo
pareça fora de moda. Queremos rapidamente descartar as coisas que possuímos.
Esse hábito é também aplicado nas ciências e nas filosofias. É por essa razão
que sempre chegamos tarde às verdades mais simples.
Um pequeno diálogo
sobre a novidade: “Por que motivo — pergunta o primeiro — todas as novidades
que se espalham são estúpidas e feias?” “São novidades — responde o outro —
exatamente por serem estúpidas e feias: ninguém ousara espalhá-las antes.”
O excesso de
informação faz-nos esquecer rapidamente das comoções sociais, das catástrofes.
As notícias nos veem de toda a parte, uma somando à outra, de modo que todo o
excesso é prejudicial. Existe, porém, um motivo mais relevante, que é a busca
instintiva das coisas boas da vida, do anelo com o bem, com a felicidade. Há
necessidade de resguardarmos a serenidade de espírito.
Façamos uma volta
consciente às raízes de nossa cultura, pois o que é clássico nunca envelhece, e
nunca deve ser descartado. Busquemos aí o alimento necessário para nos
fortalecermos moral e espiritualmente.