O termo teoria —
do grego therein — é usado em várias acepções segundo os
dicionaristas. Na Origem, designava o ato de ver e de ser visto em locais
abertos a todos, tais como o templo, o circo, a ágora e em espetáculos e
cerimônias públicas. Pode ser também a ação de contemplar ou pessoas que
marcham para um determinado local. Modernamente, o conjunto de princípios
fundamentais de uma arte ou ciência.
O
conhecimento teórico, em toda a antiguidade clássica grega, era entendido como
a contemplação da verdade (aletheia) em si mesma. É o conhecimento que confere plena realização e
domínio completo tanto em relação ao conhecimento da práxis (conhecimento com utilidade exterior) como ao
conhecimento da techne (com utilidade para o próprio sujeito do conhecimento). A
supremacia do conhecimento teórico sobre o prático ou técnico provém do fato de
ele ser útil em si mesmo, independentemente de sua aplicação exterior.
No
sentido moderno, uma teoria equivale a um corpo de proposições adequadas à
explicação e à interpretação dos fenômenos dentro de determinado campo disciplinar,
descobertas por indução e aplicadas por dedução. Nesse sentido, a teoria passou
a ser um conjunto de regras ou de normas a que devem obedecer os fenômenos ou a
sua interpretação. Por isso, diz-se que o conhecimento tornou-se
teórico-experimental. Há uma concepção mental, uma teoria; para que tenha
validade, há necessidade de colher dados e prová-la, geralmente com o auxílio
de modelos matemáticos.
O
vocábulo teoria é usado, as mais das vezes, como oposição a prática, a
ponto de muitas pessoas dizerem que "a teoria na prática é outra".
Com isso, não são poucos os pensadores que acabam dando mais importância à
prática do que à teoria. Os homens práticos, ou seja, aqueles que estão à
frente de atividades empresariais e governamentais ganham cada vez mais
notoriedade, principalmente pelas suas aparições nos veículos de comunicação de
massa. Eles falam de realizações, de feitos, de planos para o futuro etc.
Desconfiemos, contudo, das aparências.
A
prática não pode viver sem a teoria. E a teoria deve sempre vir antes, porque é
dela que as ideias emergem e se estabelecem os princípios de uma doutrina, de
uma ciência ou de um sistema filosófico. O cientista, por exemplo, não vai
direto às provas; primeiro, estabelece as hipóteses. Observe que na França, a
maioria dos cursos universitários, não exige pesquisas práticas como aqui no
Brasil. Entendem eles que, para muitos estudantes, basta apenas ter o arcabouço
teórico, e que isso já é o suficiente para resolver muitos problemas no seio da
sociedade.
Estejamos
aptos a captar ideias. Não nos importemos com a aplicação prática. No seu
devido tempo e lugar elas nos servirão de guia para auxiliar o progresso da
humanidade.
Fonte
de Consulta
POLIS -
ENCICLOPÉDIA VERBO DA SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986.
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