Filantropia — do grego philos, "amigo",
e anthropos, "homem", significa amigo do homem ou simpatia
pelos homens. Tomou dois sentidos: 1) sentimento que faz prevalecer o que há de
universal na natureza humana sobre aquilo que é próprio de cada tempo ou de
cada lugar; 2) beneficência, ou seja, melhorar não individualmente os
infelizes, mas por meio de instituições de caridade. Só este sentido é hoje
usual.
A evolução histórica da palavra “filantropia” pode ser sintetizada. Em
Paulo (Tit., 3, 4) significa o amor de Deus aos homens. Entre os estoicos —
origem do termo e onde foi difundida juntamente com o cosmopolitismo —, filantropia significa o amor
que todo o homem deve ao seu semelhante, em razão da natureza comum a todos.
Esta palavra expandiu-se novamente no século XVIII com o renascimento das
ideias estoicas. O positivismo deu-lhe também grande destaque.
Os termos "filantropia" e "humanitarismo" foram
introduzidos pelos positivistas, que se diziam filantropos e humanitaristas,
porque prestavam culto à humanidade, não porque fossem caridosos. Inicialmente,
designava exclusivamente a ação social de atendimento ao próximo, o sentimento
de solidariedade humana, independentemente de quaisquer considerações de ordem
religiosa, que dão a palavra como sinônimo de "caridade". Atualmente
tem essas acepções, mas amplia-se e é o mesmo que caridade ou beneficência.
Comparando filantropia e caridade, percebemos que a filantropia toma
geralmente um caráter naturalista e laico. A caridade apresenta uma tonalidade
religiosa. Além disso, a caridade corresponde mais ao impulso espontâneo de
auxílio ao indivíduo e a filantropia a um impulso disciplinado por um
pensamento reflexo, dirigido a promover também a elevação do bem-estar
social.
Fonte de Consulta
ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]
LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico de Filosofia. Tradução por
Fátima Sá Correia et al. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3.
ed. São Paulo: Iracema, 1987.