16 novembro 2019

Mito da Caverna

Mito. Originariamente, narrativa fantasiosa da genealogia. Historicamente, é a exposição de uma doutrina sob a forma de narrativa alegórica: "os mitos platônicos". Característica essencial do mito. Tanto no sentido alegórico como no sentido simbólico, o relato mítico subentende outra coisa, e não precisamente o que está sendo dito.

O "mito da caverna" está descrito no livro VII de A República, de Platão, que ressalta a tarefa do filósofo, cujos ensinamentos são transmitidos em forma de metáforas. Como a articulação entre o mythos e o logos é tamanha, Platão prefere usar, em A República,  o verbo mythologein para expressar essa junção. Este mito baseia-se na analogia entre o bem e o Sol. 

Descrição do mito da caverna: Platão coloca alguns homens voltados para o fundo da caverna. Um deles se vira e vai em busca do Sol, do conhecimento.

Qual a razão de os homens permanecerem presos no fundo da caverna? Platão quer nos mostrar que é o próprio ser humano que tem que se ver como homem livre ou como escravo. Platão acha que é difícil a criança se tornar um adulto. Por isso, em cada etapa do caminho há a confusão entre o ser e o parecer ser. Suportar a clareza do Sol é que mostra a diferença entre o ser e o parecer ser.

Sintetizando o Mito da Caverna. A caverna escura é o nosso mundo; os escravos acorrentados são os homens; as correntes são as paixões e a ignorância; as imagens ao fundo da caverna são as percepções sensoriais; a aventura do escravo fora da caverna é a experiência filosófica; o mundo fora da caverna corresponde ao mundo das ideias, o único, verdadeiramente; o Sol que ilumina o mundo verdadeiro é a ideia do Bem, que conduz ao conhecimento; o regresso do escravo é o dever do filósofo de envolver a sociedade na experiência da verdade; a incapacidade do escravo em readaptar-se à vida na caverna é a inadequação dos filósofos; o escárnio do escravo é o destino reservado ao escravo; a morte final do escravo-filósofo é a morte de Sócrates.