O liberalismo, como
doutrina político-filosófica, prega a liberdade, identificando-a com a
espontaneidade. Segundo os seus postulados, os indivíduos agiriam através de
impulsos livres. Nada coibiria as ações humanas, desde que ajustadas à
subjetividade de cada consciência. Esta, por sua vez, refletiria apenas o
determinismo automático e não o autodeterminismo.
Para o existencialismo, a
liberdade identifica-se com a imaginação. Seu conteúdo filosófico é baseado na
esquizofrenia, ou seja, caracterizado pela fuga real. Para Sartre, o ser é
originalmente existência pura, sem essência. Nesse sentido, o homem, ao nascer,
não tem escolha, mas assim mesmo escolhe e é responsabilizado pelos seus atos.
Ele é considerado como estranho aos outros homens e por isso os trata
hostilmente. Sem perspectivas futuras, a existência é absurda e a vida se
transforma em angústia.
Para o marxismo, a
liberdade se identifica com a libertação. Esta se realizaria plenamente quando
a sociedade tivesse atingido o Comunismo. Para chegar a esta situação, os
indivíduos devem renunciar à propriedade privada, subordinando-se ao estado
totalitário. Desta forma, a religião, a burguesia e o não lutar contra as
estruturas sociais são atitudes alienantes. Porém, a realidade é que esse modo
de ver a libertação expressa um conceito alienante de liberdade.
Para a religião, a
liberdade identifica-se com o sacrifício. As propostas são de renúncia à
própria personalidade, de obediência à vontade de Deus e de arrependimento
pelas más ações cometidas. Procedendo desta forma, vivenciaremos plenamente o
bem e tornar-nos-emos bem-aventurados no reino dos céus. Lá receberemos as
recompensas pelo esquecimento da injúria, pelo perdão concedido aos nossos
ofensores e pela quietude do espírito nas situações críticas da existência.
O problema da liberdade tem sido
obscurecido por algumas teses filosóficas e por diversos credos religiosos.
Contudo, a mente religiosa, tem sido um auxiliar competente. Esta não se prende
aos dogmas, aos rituais e às idolatrias. Mantém-se serena através do perfeito
relacionamento com o Ser Superior, com o próximo e consigo mesma. Pela
autodeterminação, escolhe atos livres que ampliam outros atos livres e não os
que os tolham.
Embora as teses existencialistas,
marxistas e liberalistas devam ser respeitadas, não podemos negar que a
liberdade ultrapassa os limites do sensível para se situar no plano
transcendental de nossa vida. Por isso a frase: "Conhecereis a verdade e a
verdade vos libertará".
Fonte de Consulta
MENDONÇA, E. P. de. A
Construção da Liberdade. São Paulo, Convívio, 1977.
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