01 julho 2008

Liberdade, Doutrinas Filosóficas e Religião

liberalismo, como doutrina político-filosófica, prega a liberdade, identificando-a com a espontaneidade. Segundo os seus postulados, os indivíduos agiriam através de impulsos livres. Nada coibiria as ações humanas, desde que ajustadas à subjetividade de cada consciência. Esta, por sua vez, refletiria apenas o determinismo automático e não o autodeterminismo.

Para o existencialismo, a liberdade identifica-se com a imaginação. Seu conteúdo filosófico é baseado na esquizofrenia, ou seja, caracterizado pela fuga real. Para Sartre, o ser é originalmente existência pura, sem essência. Nesse sentido, o homem, ao nascer, não tem escolha, mas assim mesmo escolhe e é responsabilizado pelos seus atos. Ele é considerado como estranho aos outros homens e por isso os trata hostilmente. Sem perspectivas futuras, a existência é absurda e a vida se transforma em angústia.

Para o marxismo, a liberdade se identifica com a libertação. Esta se realizaria plenamente quando a sociedade tivesse atingido o Comunismo. Para chegar a esta situação, os indivíduos devem renunciar à propriedade privada, subordinando-se ao estado totalitário. Desta forma, a religião, a burguesia e o não lutar contra as estruturas sociais são atitudes alienantes. Porém, a realidade é que esse modo de ver a libertação expressa um conceito alienante de liberdade.

Para a religião, a liberdade identifica-se com o sacrifício. As propostas são de renúncia à própria personalidade, de obediência à vontade de Deus e de arrependimento pelas más ações cometidas. Procedendo desta forma, vivenciaremos plenamente o bem e tornar-nos-emos bem-aventurados no reino dos céus. Lá receberemos as recompensas pelo esquecimento da injúria, pelo perdão concedido aos nossos ofensores e pela quietude do espírito nas situações críticas da existência.

O problema da liberdade tem sido obscurecido por algumas teses filosóficas e por diversos credos religiosos. Contudo, a mente religiosa, tem sido um auxiliar competente. Esta não se prende aos dogmas, aos rituais e às idolatrias. Mantém-se serena através do perfeito relacionamento com o Ser Superior, com o próximo e consigo mesma. Pela autodeterminação, escolhe atos livres que ampliam outros atos livres e não os que os tolham.

Embora as teses existencialistas, marxistas e liberalistas devam ser respeitadas, não podemos negar que a liberdade ultrapassa os limites do sensível para se situar no plano transcendental de nossa vida. Por isso a frase: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

Fonte de Consulta

MENDONÇA, E. P. de. A Construção da Liberdade. São Paulo, Convívio, 1977.

 

 

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