"A esperança e o
medo são projeções no futuro acerca de coisas que não controlamos."
A Psicologia tem catalogado muitas
informações a respeito da conduta humana. A premissa básica de suas pesquisas
refere-se a um estudo pormenorizado das escolhas feitas pelos indivíduos, quer
estejam ou não sob o impulso do medo. Para corroborar algumas de suas
hipóteses, os psicólogos valem-se dos reflexos condicionados observados nos
animais, na esperança de que estudando os seus sentimentos de culpa, de
ansiedade e de medo, possam tirar conclusões úteis à melhor compreensão dos
seres humanos.
O medo, por exemplo, foi pesquisado
entre os ratos. O experimento consistia em colocar ratos numa sala clara,
aplicando-lhes um choque elétrico; depois, colocavam-nos numa sala escura, sem
o referido estímulo. No primeiro momento, eles renegaram a sala branca e escolheram
a escura. Depois de algum tempo, parece que não ligaram mais para o choque
elétrico e voltaram para a sala branca. Conclusão: eles somatizaram o efeito
inibidor da dor. O nó da questão está em transferir essas conclusões para
aplicá-las no ser humano, que possui a linguagem e razão.
Na antiguidade, o medo não era tão
intenso quanto nos dias que correm. Sócrates, Platão e Aristóteles, pensadores
da Grécia Clássica, davam um outro colorido ao pensamento e à motivação humana.
Eles referiam-se à própria vocação do ser humano. Afirmavam que cada indivíduo
tinha uma missão e a ela se dedicava totalmente. As pessoas não ficavam
perambulando de um lado para o outro, para definir o seu papel na vida: cada
qual era o construtor do seu próprio destino e, por isso, não tinham medo.
Atualmente, somos obrigados a conviver
com o medo e com a ansiedade. Como o tempo e o dinheiro nunca são suficientes,
estamos sempre correndo para cá e para lá em busca da racionalidade e da
produtividade, sem percebermos que quanto mais corremos, mais estamos sendo
lançados na grande irracionalidade da vida. O produzir por produzir cria em nós
muita ansiedade. Não paramos mais para observar as flores e a natureza. Estamos
apenas preocupados em estarmos ocupados, presos a algum compromisso, seja de
que espécie for.
O conflito entre medo e motivação deve
ser resolvido pela ação da vontade. Muitas vezes somos bafejados por uma ideia brilhante, genial e inovadora. Contudo, logo
a seguir vem o negativismo, principalmente porque damos mais importância à
nossa fraqueza (humana) do que à fortaleza que vem de Deus. Mas, quando
centralizamos os nossos desejos e as nossas forças nesse fim maior, que é
atender à Vontade do Criador, a nossa mente fica povoada de pensamentos
robustos e recobramos novamente o nosso vigor físico, intelectual e moral.
Se a nossa consciência nos indicar que
o caminho que estivermos percorrendo é aquele que devíamos percorrer,
prossigamos, pois recuar no momento do combate é perder todos os frutos da
preparação anterior.
Fonte de Consulta
SAWREY, J. M. e TELFORD, C. W. Psicologia do Ajustamento.
Tradução de Álvaro Cabral. São Paulo: Cultrix, 1974.
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