Há muitas leis, denominadas universais, porque são
aplicadas em qualquer momento e em qualquer lugar. Nosso propósito, neste
artigo, é discorrer brevemente sobre pelo menos quatro delas, a saber:
princípio da razão suficiente, princípio da interação ou causalidade dialética,
princípio do determinismo relativo e princípio da mudança.
O Princípio da Razão Suficiente diz
o seguinte: "Tudo o que existe tem sua razão de ser. Nada acontece sem
causa real e natural ". Quer dizer, nossas ações devem estar
desprovidas da atitude fechada com relação às coisas. Nesse sentido, o dogma de
que Deus criou do nada o homem e toda a natureza não é válido para o pensador
racional. É preciso penetrar na essência das coisas para daí tirar o
conhecimento real e necessário. Em outras palavras, devemos buscar as causas
antes de emitir juízo de valor sobre os fatos.
O Princípio da Interação ou Causalidade
Dialética mostra que, na natureza como na sociedade, tudo está
relacionado com tudo. A fome no Hemisfério Norte é também fome no Hemisfério
Sul. A dor do vizinho é também a nossa dor. O desemprego do próximo é também o
nosso desemprego. O tudo influencia tudo mostra que a causa transforma-se em
efeito e o efeito reverte-se em causa. Observe, por exemplo, a briga entre
casais. Quem foi que deu a primeira alfinetada? Podemos até culpar o outro, mas
no âmago da reflexão, fica difícil saber quem começou?
O Princípio do Determinismo Relativo mostra
que nos fenômenos sociais o determinismo é objetivamente necessário,
mas subjetivamente contingente. Contingente, porque pode ou não
suceder, ou seja, não é obrigatório acontecer, visto depender da vontade
humana. Embora haja o determinismo absoluto, o homem dispõe do livre-arbítrio,
isto é, da sua vontade que o faz ceder ou resistir aos acontecimentos. Na
Física, se largo uma pedra ela vai ao chão por causa da Lei de Gravidade. Na
sociedade, não é tão simples. É preciso estudar os diversos tipos de
comportamento - psicológico, religioso, econômico etc. - ligados muitas vezes a
uma única ação.
O Princípio da Mudança mostra que
tudo na natureza está em transformação permanente. No âmbito do ser humano, a
mudança atende perfeitamente à teoria espiroidal ou helicoidal. Segundo essa
teoria a mudança não é nem linear (isto é, uma linha reta de progresso
ilimitado) nem circular (isto é, depois de um certo tempo volta ao ponto de
partida formando um ciclo fechado), mas a síntese dialética das duas antíteses,
ou seja, do progresso linear e do progresso circular.
Do estudo ora encetado, resta-nos o consolo do
tempo, que tudo modifica para a realização de nosso projeto de vida.
Fonte de Consulta
BAZARIAN, J. Introdução à Sociologia - As
Bases Materiais da Sociedade. 2. ed., São Paulo, Alfa-Omega, 1986.
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