O sistema nervoso, ao lado das
glândulas endócrinas e do Perispírito, é a base central do comando do nosso
corpo físico. Não é um órgão específico, mas uma espécie de entidade que
controla toda a nossa vida de relação e de nutrição. Pretendemos, aqui, chamar
atenção para os sintomas que dificultam o seu livre funcionamento, tais como, a
astenia, a neurastenia, a fobia etc., e refletir, também, como poderíamos
equacionar racionalmente esses distúrbios.
A astenia significa falta de forças. Ela produz uma redução geral
da atividade, do pensamento e da vontade, portanto, deve ser considerada como
um sinal de alerta; a psicastenia refere-se à fraqueza de ideias; a neurastenia é entendida como uma depressão geral do sistema nervoso; a angústia é, provavelmente, o mais difundido sintoma de deficiência nervosa; a obsessão — do latim obsidere = cercar, também, contribui para o desequilíbrio psicofísico. Além
disso, devemos lembrar-nos das várias fobias que nos acompanham: agorafobia — medo de lugares abertos; claustrofobia — medo de lugares fechados; ereufobia — medo de enrubescer etc.
A agitação é um dos grandes sintomas do esgotamento nervoso. Na
agitação, os impulsos dominam a personalidade e as circunstâncias provocam
reações desordenadas, exageradas e anárquicas. A possibilidade de repouso
desaparece. Um agitado é incapaz de sentar-se numa poltrona e ficar algum tempo
sem nada fazer. Como o sistema nervoso é quem governa o corpo, uma vez
destituído desse requisito, o indivíduo é incapaz de controlar
satisfatoriamente os seus impulsos e acaba consumindo mais energias do que as
absolutamente necessárias.
Uma pessoa nervosa dificilmente se reconhece como tal. Pode ser por
orgulho ou vaidade. Por isso, é importante, vez ou outra, refletirmos na maneira
como estamos encaminhando a nossa vida. À semelhança dos vigilantes do peso,
deveríamos ser os vigilantes dos nervos. Nesse sentido, convém verificar se não
estamos falando em demasia, tratando de questões inúteis, ou, mantendo-nos
excessivamente atarefados. Sendo positiva a constatação, é útil pensarmos numa
mudança comportamental.
Algumas técnicas de distensão nervosa podem ser postas em prática. Não como uma regra geral,
mas como um ideal em que cada indivíduo encontre a sua melhor utilização. Dessa
forma, não convém querer eliminar o problema de uma só vez. Exercícios de
relaxamento, de higienização e de meditação transcendental auxiliam muito. É
importante, ainda, aprendermos a nos concentrar. Atualmente, com a quantidade
de informações veiculadas pelos meios de comunicação social, fica difícil fixar
a mente nos aspectos significantes de nossa existência. Mesmo assim, devemos
nos esforçar.
Se fôssemos capazes de controlar eficazmente o
nosso sistema nervoso, produziríamos mais e melhor, e não nos cansaríamos
demasiadamente com as bagatelas que nada tem a ver com o nosso projeto de vida.
Fonte de Consulta
RÉAL, P. Cuide dos Nervos para Viver
Melhor. São Paulo, Hemus, s/d/p
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