As Cruzadas (em número de oito) foram expedições
militares (1096 a 1271), empreendidas por cristãos da Europa Ocidental, com o
objetivo de libertar o Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido sepultado, do
domínio muçulmano. Extensivamente, diz respeito aos movimentos de sentido
idealista, visando à elevação espiritual dos membros de uma comunidade ou à
solução de problemas sociais graves, como o do pauperismo e o da educação.
O termo "cruzada" não aparece antes do século XIII e seu
correspondente árabe (hurub assalibiyya = a guerra pela cruz) data de
1850. Diante dos orientais, é uma guerra como tantas outras. Como os peregrinos
se consideravam "soldados de Cristo" e "marcados pelo sinal da
cruz" (crucessignati, em italiano), foi desta última expressão que
se formou, por volta da metade do século XIII. (Morrison, 2009, p. 7)
As Cruzadas tiveram dois tipos de causas: a) causa afastada, que se
refere às constantes peregrinações individuais a Jerusalém; b) causa próxima ou
um pretexto, levar socorro aos cristãos orientais que estavam sendo oprimidos
pelos turcos, segundo se acreditava.
As Cruzadas, ao adquirirem características de uma expedição militar,
precisava de justificativas jurídicas para o financiamento de tal
empreendimento. Nesse caso, pelo "privilégio da cruz", a Igreja
concedia indulgência aos cavaleiros que participassem do projeto. Concedia,
também, indulgência aos que contribuíssem com legados e doações. Para completar
seu financiamento, a Igreja estabeleceu o pagamento do dízimo, isto é, a décima
parte dos benefícios ou das colheitas.
Desde a Primeira Cruzada, algumas pessoas consideravam loucos todos os
que nelas partiam. No século XIII, após o aparecimento das "cruzadas
desviadas" contra os heréticos, carismáticos e inimigos políticos do
papado, as críticas de todo o tipo se multiplicavam. Inclusive com relação aos
impostos cobrados para o financiamento de todas as cruzadas.
O Espírito Emmanuel, em A Caminho da Luz, diz que as
Cruzadas, não obstante o seu caráter anticristão, sob a égide dos mensageiros
de Jesus, este movimento propiciou alguns benefícios de ordem econômica e
social para todos os povos. Na Europa, enfraqueceu a tirana dos senhores
feudais. Intensificou, também, as relações entre Oriente e Ocidente. O contato
com um civilização superior à dos ocidentais propiciou o estudo de suas
ciências, da sua agricultura e da sua arte, incorporando várias dessas práticas
à indústria ocidental.
Embora tenha sido um fracasso do ponto de vista político, permaneceu o
ideal específico das cruzadas, ou seja, uma guerra "justa", limitada
à libertação do Santo Sepulcro, pelo "Caminho da Cruz".
Fonte de Consulta
EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3.
ed. São Paulo: Iracema, 1987.
MORRISSON, Cécile. Cruzadas. Tradução de William Lagos.
Porto Alegre, RS: L&PM, 2009 (L&PM Pocket Encyclopaedia).
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Cruzada é a denominação dada às expedições militares, empreendidas do século 11
ao 13 pelos cristãos do Ocidente, que levavam como insígnia a cruz, com a
finalidade de libertar o Santo Sepulcro. O termo cruzada é recente (meados do
século 13) e seu correspondente árabe hurub assalibiyya, a guerra pela
cruz, data de 1850.
Para os orientais,
as cruzadas permaneceram por muito tempo como uma guerra qualquer como tantas
outras iniciadas pelos francos, nome pelo qual eram referidos todos os europeus
ocidentais. Os francos, por sua vez, eram os peregrinos, que se consideravam
como “soldados de Cristo” e “marcados pelo sinal da cruz”. Foi a partir desta
última expressão que, no século 13, formou-se o termo “cruzada”.
Em se tratando das
origens das cruzadas, podemos arrolar dois tipos de causas: 1) causas
afastadas; 2) causa próxima. As causas afastadas compreendem
as constantes peregrinações individuais a Jerusalém e a doutrina e a prática da
“justiça” das guerras contra os sarracenos; a causa próxima ou um pretexto,
amparada pela profunda ignorância do Oriente, de levar socorro aos cristãos
orientais que estavam sendo oprimidos pelos turcos, segundo se acreditava.
Nem todas as
cruzadas tinham um cunho militar: ao lado das grandes expedições, havia as dos
peregrinos, que realizavam isoladamente ou em pequenos grupos os seus votos de
cruzados. Observa-se que a realidade das cruzadas é multiforme, tendo-se, por
consequência, grande dificuldade de discernir a sua estrutura. Cécile
Morrisson, no livro Cruzadas, explica-nos em detalhes o modus
operandi: pregação, organização, financiamento, aquisição de provisões e
equipamentos, o transporte das tropas e do dinheiro etc. (1)
O número de
cruzadas é arbitrário: durante os séculos XII e XIII houve muito mais
"passagens" ou "peregrinações" do que as numerações
habituais. Eis algumas delas:
PRIMEIRA CRUZADA
(1096–1099) não tinha participação de nenhum rei. Formada por cavaleiros da
nobreza, em julho de 1099, tomaram Jerusalém.
SEGUNDA CRUZADA
(1147–1149) fracassou em razão das discordâncias entre seus líderes Luís VII,
da França, e Conrado III, do Sacro Império. Em 1189, Jerusalém foi retomada
pelo sultão muçulmano Saladino.
TERCEIRA CRUZADA
(1189 – 1192), conhecida como “Cruzada dos Reis”, contou com a participação do
rei inglês Ricardo Coração de Leão, do rei francês Filipe Augusto e do rei
Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Nessa cruzada foi firmado um acordo de
paz entre Ricardo e Saladino, autorizando os cristãos a fazerem peregrinações a
Jerusalém.
QUARTA CRUZADA
(1202–1204) foi financiada pelos venezianos, interessados nas relações
comerciais.
QUINTA CRUZADA
(1217–1221), liderada por João de Brienne, fracassou ao ficar isolada pelas
enchentes do Rio Nilo, no Egito.
SEXTA CRUZADA (1228–1229)
ficou marcada por ter retomado Jerusalém, Belém e Nazaré, cidades invadidas
pelos turcos.
SÉTIMA CRUZADA
(1248–1250) foi comandada pelo rei francês Luís IX e pretendia, novamente,
tomar Jerusalém, mais uma vez retomada pelos turcos.
OITAVA CRUZADA
(1270) e última cruzada foi um fracasso total. Os cristãos não criaram raízes
entre a população local e sucumbiram. (2)
(1) MORRISSON,
Cécile. Cruzadas. Tradução de William Lagos. Porto Alegre, RS: L&PM,
2009 (L&PM Pocket; v. 764)
(2) http://www.brasilescola.com/historiag/cruzadas.htm,
em 22/12/2012