21 junho 2017

Tempos de Transição

Para grande parte dos pensadores esotéricos, o nível de inconsciência do ser humano é muito grande. Na grandes cidades, a violência aumenta assustadoramente; a corrupção dos organismos sociais está desenfreada, com políticos trafegando cotidianamente pelo ilícito com a maior naturalidade; os desequilíbrios psicossociais são cada vez mais constantes; muitos escravizam e até matam por causa do dinheiro.  

São poucos os habitantes deste planeta que já adquiriram um nível de consciência exemplar. A grande maioria está presa ao egoísmo, ao esforço de posse, à guerra e à obtenção dos bens pela força ou pelo menor esforço. Contudo, há uma minoria que já despertou para a espiritualidade, para as ideias superiores do bem. Estes são os que dão sustentação ao mundo. 

Para entender e fazer parte dessa transição, temos que nos apresentar com a mentalidade aberta. Suponha a tese da existência de "discos voadores". Podemos, inicialmente, ignorar a existência deles, principalmente devido aos nossos racionalismos. Mas, o princípio científico pede que nos inteiremos da situação, que leiamos as obras que tratam do tema para, somente depois, emitir um juízo de valor. 

A preparação para uma nova era, a chamada "era do aquário", exige do ser humano um desprendimento da posse, um grau elevado de compaixão para com o próximo, no sentido de evitar todo o tipo de separação, principalmente do nós contra eles, ou de nosso credo contra o credo do outro. Por isso, a autoconsciência, já preconizada por Sócrates na Grécia antiga, é de suma importância para o nosso processo de evolução espiritual.

Tudo evolui, inclusive o planeta Terra. Se quisermos pensá-lo em termos espirituais, ele é o resultado de todos os pensamentos dos terráqueos. Nesse sentido, como o nível de pensamento não é dos melhores, pode-se supor que o seu envoltório fluídico seja de baixa qualidade. Como o planeta evolui, nós temos que evoluir para poder acompanhá-lo.

Perseveremos no bem e façamos parte dessa minoria pensante, a fim de darmos a nossa contribuição ao progresso deste planeta que nos serve de morada transitória. 


Cruzadas

As Cruzadas (em número de oito) foram expedições militares (1096 a 1271), empreendidas por cristãos da Europa Ocidental, com o objetivo de libertar o Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido sepultado, do domínio muçulmano. Extensivamente, diz respeito aos movimentos de sentido idealista, visando à elevação espiritual dos membros de uma comunidade ou à solução de problemas sociais graves, como o do pauperismo e o da educação.

O termo "cruzada" não aparece antes do século XIII e seu correspondente árabe (hurub assalibiyya = a guerra pela cruz) data de 1850. Diante dos orientais, é uma guerra como tantas outras. Como os peregrinos se consideravam "soldados de Cristo" e "marcados pelo sinal da cruz" (crucessignati, em italiano), foi desta última expressão que se formou, por volta da metade do século XIII. (Morrison, 2009, p. 7)

As Cruzadas tiveram dois tipos de causas: a) causa afastada, que se refere às constantes peregrinações individuais a Jerusalém; b) causa próxima ou um pretexto, levar socorro aos cristãos orientais que estavam sendo oprimidos pelos turcos, segundo se acreditava.

As Cruzadas, ao adquirirem características de uma expedição militar, precisava de justificativas jurídicas para o financiamento de tal empreendimento. Nesse caso, pelo "privilégio da cruz", a Igreja concedia indulgência aos cavaleiros que participassem do projeto. Concedia, também, indulgência aos que contribuíssem com legados e doações. Para completar seu financiamento, a Igreja estabeleceu o pagamento do dízimo, isto é, a décima parte dos benefícios ou das colheitas.

Desde a Primeira Cruzada, algumas pessoas consideravam loucos todos os que nelas partiam. No século XIII, após o aparecimento das "cruzadas desviadas" contra os heréticos, carismáticos e inimigos políticos do papado, as críticas de todo o tipo se multiplicavam. Inclusive com relação aos impostos cobrados para o financiamento de todas as cruzadas.

O Espírito Emmanuel, em A Caminho da Luz, diz que as Cruzadas, não obstante o seu caráter anticristão, sob a égide dos mensageiros de Jesus, este movimento propiciou alguns benefícios de ordem econômica e social para todos os povos. Na Europa, enfraqueceu a tirana dos senhores feudais. Intensificou, também, as relações entre Oriente e Ocidente. O contato com um civilização superior à dos ocidentais propiciou o estudo de suas ciências, da sua agricultura e da sua arte, incorporando várias dessas práticas à indústria ocidental.

Embora tenha sido um fracasso do ponto de vista político, permaneceu o ideal específico das cruzadas, ou seja, uma guerra "justa", limitada à libertação do Santo Sepulcro, pelo "Caminho da Cruz".

Fonte de Consulta

EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.

MORRISSON, Cécile. Cruzadas. Tradução de William Lagos. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009 (L&PM Pocket Encyclopaedia).

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Cruzada é a denominação dada às expedições militares, empreendidas do século 11 ao 13 pelos cristãos do Ocidente, que levavam como insígnia a cruz, com a finalidade de libertar o Santo Sepulcro. O termo cruzada é recente (meados do século 13) e seu correspondente árabe hurub assalibiyya, a guerra pela cruz, data de 1850.

Para os orientais, as cruzadas permaneceram por muito tempo como uma guerra qualquer como tantas outras iniciadas pelos francos, nome pelo qual eram referidos todos os europeus ocidentais. Os francos, por sua vez, eram os peregrinos, que se consideravam como “soldados de Cristo” e “marcados pelo sinal da cruz”. Foi a partir desta última expressão que, no século 13, formou-se o termo “cruzada”.

Em se tratando das origens das cruzadas, podemos arrolar dois tipos de causas: 1) causas afastadas; 2) causa próxima. As causas afastadas compreendem as constantes peregrinações individuais a Jerusalém e a doutrina e a prática da “justiça” das guerras contra os sarracenos; a causa próxima ou um pretexto, amparada pela profunda ignorância do Oriente, de levar socorro aos cristãos orientais que estavam sendo oprimidos pelos turcos, segundo se acreditava.

Nem todas as cruzadas tinham um cunho militar: ao lado das grandes expedições, havia as dos peregrinos, que realizavam isoladamente ou em pequenos grupos os seus votos de cruzados. Observa-se que a realidade das cruzadas é multiforme, tendo-se, por consequência, grande dificuldade de discernir a sua estrutura. Cécile Morrisson, no livro Cruzadas, explica-nos em detalhes o modus operandi: pregação, organização, financiamento, aquisição de provisões e equipamentos, o transporte das tropas e do dinheiro etc. (1)

O número de cruzadas é arbitrário: durante os séculos XII e XIII houve muito mais "passagens" ou "peregrinações" do que as numerações habituais. Eis algumas delas:

PRIMEIRA CRUZADA (1096–1099) não tinha participação de nenhum rei. Formada por cavaleiros da nobreza, em julho de 1099, tomaram Jerusalém.

SEGUNDA CRUZADA (1147–1149) fracassou em razão das discordâncias entre seus líderes Luís VII, da França, e Conrado III, do Sacro Império. Em 1189, Jerusalém foi retomada pelo sultão muçulmano Saladino.

TERCEIRA CRUZADA (1189 – 1192), conhecida como “Cruzada dos Reis”, contou com a participação do rei inglês Ricardo Coração de Leão, do rei francês Filipe Augusto e do rei Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Nessa cruzada foi firmado um acordo de paz entre Ricardo e Saladino, autorizando os cristãos a fazerem peregrinações a Jerusalém.

QUARTA CRUZADA (1202–1204) foi financiada pelos venezianos, interessados nas relações comerciais.

QUINTA CRUZADA (1217–1221), liderada por João de Brienne, fracassou ao ficar isolada pelas enchentes do Rio Nilo, no Egito.

SEXTA CRUZADA (1228–1229) ficou marcada por ter retomado Jerusalém, Belém e Nazaré, cidades invadidas pelos turcos.

SÉTIMA CRUZADA (1248–1250) foi comandada pelo rei francês Luís IX e pretendia, novamente, tomar Jerusalém, mais uma vez retomada pelos turcos.

OITAVA CRUZADA (1270) e última cruzada foi um fracasso total. Os cristãos não criaram raízes entre a população local e sucumbiram. (2)

(1) MORRISSON, Cécile. Cruzadas. Tradução de William Lagos. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009 (L&PM Pocket; v. 764)

(2) http://www.brasilescola.com/historiag/cruzadas.htm, em 22/12/2012