26 novembro 2014

Cérebro: Fatos e Crenças

"A solução errada para o problema certo é anos-luz melhor do que a solução certa para o problema errado." (Russell Ackoff)

No livro O Novo Cérebro, o Dr. Nélson Spritzer diz que não vai tratar da autoajuda, mas da auto-propulsão, pois para ele não existe o acaso, mas a sincronicidade.

Começa afirmando que o nosso cérebro pode ser comparado ao funcionamento de um computador: os programas são crenças e sistemas lógicos gerados na mente. As crenças e os sistemas lógicos operam nosso hardware, o cérebro. 

O problema dos fatos e das crenças. 

Qual a diferença entre fatos e crenças? Fatos não se discute, se aceita. Quando você menciona somente os fatos, a possibilidade de aceitação é imediata. Em realidade, discutimos sobre crenças.

Fatos são como as coisas são e crenças são o que pensamos sobre os fatos. O que nos limita na vida, ou nos torna pessoas de sucesso, são nossas crenças sobre os fatos e não os fatos em si: os fatos são neutros. Não são bons nem ruins. O modo como cremos sobre eles faz toda a diferença. 

As crenças podem ser racionais e irracionais. 

Para ele, quem usa crenças irracionais exerce muito controle sobre nós. Observe os grandes ditadores:

Hitler difundia a crença da "superioridade da raça ariana", a crença do IIIº Reich, a crença dos "inimigos do povo" - os judeus.

Stalin enfatizava a crença da conspiração revisionista dos inimigos do regime.

Mao preconizava a sua Revolução Cultural.

Os grandes líderes, religiosos ou não, também lidavam com as crenças das pessoas: Jesus, Maomé, Moisés, Martin Luther King, Gandhi.

Acha que quando nos decidimos por algo, usamos primeiro a emoção e depois a razão para justificar. 

Sempre que aprendemos mais e melhores escolhas, o nosso cérebro tende a adotar aquela que for a melhor. 

Certa vez Thomas Edison testava um de várias centenas de filamentos metálicos para construir uma lâmpada incandescente. Um vizinho se aproximou e disse: "Que pena, Edison. Depois de tanto esforço, você não conseguiu nenhuma resultado". Claro que consegui! Aprendi várias maneiras de como não funciona, devo estar muito perto da maneira certa de fazê-la funcionar!"

O Dr. Nélson Spritzer é médico, Mestre em Cardiologia (UFGRS) e Doutor em Nefrologia (Escola Paulista de Medicina), com inúmeros trabalhos científicos apresentados e publicados no Brasil e no exterior, incluindo prêmios internacionais por pesquisas científicas originais na área da Cardiologia. 

"A mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer." (Mário Quintana)

"Nem sempre o simples é o melhor, mas sempre o melhor é simples." (Autor Desconhecido)

SPRITZER, Dr. Nélson. O Novo Cérebro: Como Criar Resultados Inteligentes. Porto Alegre: L&PM, 1995.

 

14 novembro 2014

Que é um Conceito

Conceito. É a apreensão ou representação intelectual e abstrato da quidade (essência) de um objeto. Concepção. Em sentido geral, é o conjunto de conceitos ou ideias abstratas organizado logicamente num corpo doutrinal. Exemplo: concepção de mundo, de vida, de cosmos. Em sentido restrito, é a operação mental onde se elaboram os conceitos. Pode-se dizer que, em regra geral, conceito é um particular, como um lápis e uma mesa, com a diferença de que ele é mental

O conceito opõe-se à percepção e à intuição. Limita-se a apreender a essência, sem nada afirmar ou negar. É a forma mais simples do pensamento. Contudo, não podemos esquecer da célebre frase de Kant: "A percepção é cega sem o conceito, enquanto o conceito é vazio sem a percepção". 

No estudo do conceito, devemos enfatizar a relação entre compreensão e extensão de um conceito. A compreensão é o conjunto de caracteres de um objeto. Extensão é o maior ou menor número de objeto a que o conceito pode ser aplicado. Daí o princípio: quanto maior a compreensão, menor é a extensão, e inversamente. Exemplificando: a compreensão do cão (animal domesticado) deve estar relacionada com a extensão do simples animal.

Os conceitos estão no centro da atividade cognitiva: a aprendizagem é uma aquisição de conceito; a crença é uma atitude cognitiva acerca de uma proposição; a inferência é uma aplicação de conceitos; o raciocínio é um correlacionamento de inferências. 

Os aspectos relevantes no estudo do conceito são: o invariante. O conceito é um universal que representa particulares. O critério. Para se poder julgar que uma coisa pertence à categoria, o conceito deve especificar uma regra que permita estabelecer sobre a inclusão da coisa na categoria. A aquisição e o formato. A abstração pode ser adquirida por diferentes tipos de representação. A organização. As coisas podem ser agrupadas em categorias e as categorias também podem ser agrupadas em categorias superiores.

Fonte de Consulta

Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia

HARDY-VALLÉE, Benoit. Que é um Conceito? Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2013.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/conceito



11 novembro 2014

Por uma Consciência Livre

Tese: Eliminar tudo o que possa tisnar a consciência. 

Fomos, ao longo do tempo, adquirindo hábitos que tisnam a consciência e, muitas vezes, não o percebemos. 

Na informática, usamos programas piratas, sendo que o correto é comprarmos um programa para cada computador. Por que não optamos pelo uso dos oferecidos gratuitamente?

Para obtermos uma aposentadoria, alegamos ter uma doença, forjamos documentos, pagamos subornos etc. Por que não esperamos o tempo oportuno, dentro da lei?

Tomamos livro emprestado e jamais o devolvemos. Que tal devolvermos aqueles que se encontram em nosso poder?

...

Suponha que esses e outros hábitos menos saudáveis comecem a nos perturbar, a deixar a nossa consciência pesada. 

Então, está na hora de começarmos a mudar, independentemente do que a maioria acha. Observe a corrupção que assola o nosso país: são poucos os que se indignam com isso. A maioria pensa: todos roubam. Alguns roubam, mas fazem. 

Convém batermos na tecla da liberdade de consciência, mas de uma consciência bem formada. Mesmo que poucas pessoas possam entrar em contato com nossos escritos, há um móvel invisível propagador, ou seja, as nossas radiações mentais podem entrar em sintonia com outras de mesmo teor, formando uma corrente poderosa para debelar as más tendências e, em contrapartida, fortalecer as boas. 

O Brasil está precisando de vibrações de paz e harmonia, a fim de formarmos uma sociedade fundamentada na moral e na ética.  

 

05 novembro 2014

Galileu e a Ortodoxia da Igreja

Galileu Galilei (1564-1641) estudou medicina e matemática. Em certa altura de sua vida, premido por necessidades financeiras, pois era professor de matemática de meia-idade e precisava melhorar de status e de finanças, interessou-se pelos rumores do novo invento, o "óculo espião". A invenção do telescópio foi a oportunidade de impressionar um novo mecenas entre as famílias ricas da Itália do século XVII. Não tinha ideia do alcance dessa descoberta para a ciência do cosmo.

O progresso é uma lei natural, ou seja, quer queiramos quer não, ele segue o seu rumo. Podemos, pela nossa ignorância, dificultar o seu curso, mas jamais poderemos detê-lo. Na ciência, formulam-se hipóteses; depois, pelo método teórico-experimental, essas hipóteses são testadas para verificar a sua veracidade. O telescópio, que diminui a distância das estrelas à vista humana, serviu como um instrumento para a verificação das hipóteses. As estrelas sempre estiveram lá, porém não as conseguíamos ver; com o telescópio, elas puderam ser observadas e analisadas.

O uso do telescópio para suas observações astronômicas fortaleceram as comprovações das hipóteses heliocêntricas de Copérnico. O uso da matemática abriu caminho para a ciência moderna. Entretanto, teve de lutar contra a ortodoxia da Igreja, pois esta defendia as ideias ptolomaicas, ou seja, que a Terra era o centro do Universo e não o Sol como pressuponha Copérnico. A Igreja pode ensinar o caminho para ir ao céu, mas não sabe explicar como ele foi feito.

No resto de sua vida, Galileu teve de lutar contra a Igreja. De início, as descobertas eram simples observações que não implicavam qualquer interpretação. Depois, tomou outro rumo: defesa das ideias de Copérnico. Numa audiência com o papa, fora pedido para ele fazer um estudo comparativo entre os dois sistemas, o ptolomaico e o coperniciano, mas sem emitir juízo de valor a favor de um deles. Desrespeitou o acordo, optando por defender Copérnico. Consequência: teve de abjurar para não ser morto.

Este fato histórico mostra a força das ideias. Podemos negar, encobrir e distorcer a realidade, mas, no final das contas, a verdade emerge com toda a sua força. Isto acontece porque a lei de progresso é uma lei natural: ela independe de nosso juízo de valor. Observe o aparecimento do computador: quantos de nós não o negaram? Hoje, a informática está diuturnamente em nossas mais simples ações.

Naquela época, a verdade estava com a doutrina de Igreja. Hoje, a ciência tem um desenvolvimento sem par na história da humanidade.

Fonte de Consulta

MOSLEY, Micahel e LYNCH, John. Uma História da Ciência: Experiência, Poder e Paixão. Tradução de Ivan Weisz Kuck. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.