Para São Tomás de Aquino, Deus não reconhece
divergências entre fé e razão. Teologia e filosofia são disciplinas distintas,
porém colocadas em escala hierárquica. A filosofia pode perfeitamente ser
considerada como uma teologia natural, submetida à teologia da revelação.
Dar mais importância à razão é inverter a ordem natural. Nesse caso, o ser
humano pode ser vítima da ilusão.
Para Lutero, é a fé (e não as obras) que conduz o ser humano à salvação.
Para isto, tem que se entregar à vontade de Deus. Não é simplesmente
colecionando o maior número de ações boas, o que torna Deus um contabilista,
mas entregando-se de corpo e alma à vontade do Criador.
Para Galileu, a Bíblia deve ser interpreta. Acha ele que, em princípio, não
deveria haver oposição entre os dizeres dos profetas e as descobertas
científicas, pois tanto a natureza religiosa quanto a natureza material provêm
do mesmo Criador. A oposição existe no sentido de que as palavras da Bíblia
devem ser interpretadas, distinguindo-se o sentido real do literal. Como a
ciência está no livro de Deus, não é a ciência que deve se adaptar à Bíblia, mas a interpretação da Bíblia é que deve adaptar-se às teorias científicas.
Para Hegel, há continuidade e superação nas relações entre religião e
filosofia. Para ele, a filosofia exprime de forma racional o que a religião
prega de forma mítica. Nas duas formas de saber, o conteúdo doutrinal é o
mesmo, mas não devidamente explicitado na narrativa religiosa. Assim, o mito da
vinda do Cristo pode intuir a autoconsciência humana, principalmente pelos
exemplos contados a seu respeito.
Para Feuerbach, a religião é uma forma de alienação, pois todo o progresso religioso traz como
consequência um abaixamento da humanidade. Ao glorificar Deus o homem se
diminui. Nesse caso, o ateísmo torna-se um dever ético para que o homem possa
reencontrar a si mesmo. Temos que transformar os homens amigos de Deus em
amigos dos próprios homens.
Para Soren Kierkegaard, a fé induz ao pavor, porque além de não contar com o
apoio da razão, exige que o ser humano vá além dela e caia no absurdo.
Fonte de Consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna.
Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.