01 julho 2008

O Método da Filosofia

Método - do grego methodos significa caminho para se chegar a um fim. Todo método, seja em Filosofia ou em qualquer outro campo, tem por finalidade formular e tentar afirmações, explicações e previsões, com o intuito de descobrir a verdade, contrapondo-se ao erro. Na ciência, utilizamos o método positivo; em filosofia, o método especulativo. Qual o alcance dessa diferença metodológica?

intuição mística é, muitas vezes, cogitada na especulação filosófica. Não podemos desprezá-la de todo pois o sentimento com relação ao Ser Supremo pode perfeitamente conter parte da verdade. A dificuldade em aceitá-la como método filosófico está no fato de que essa faculdade extra-racional e extra-empírica oferece pouca ou nenhuma garantia de rigor e precisão que o referido método filosófico exige.

A dialética hegeliana, o transcendentalismo de Kant e a fenomenologia descritiva de Husserl constituem os três mais importantes métodos para superar o método filosófico clássico, baseado no empirismo e no racionalismo. Partem de um conhecimento a priori, puro. Eles, porém, não explicam com clareza como chegam a essa pureza do conhecimento. Por isso, os críticos alimentam sérias dúvidas quanto ao êxito desses ensaios, preferindo a opinião de que não passam de formas disfarçadas do método empírico e do método racionalista.

axiomática hilbertiana possibilitou nova dimensão à técnica reflexiva da filosofia. Segundo as próprias palavras de Hilbert, tudo que pode ser motivo do pensamento científico recai, desde que se integre na estrutura de uma teoria, sob o domínio da axiomática e, portanto, da matemática. É que toda a teoria, segundo ele, é edificada sobre os indemonstráveis (axiomas). Por isso, a suspeita com relação à garantia do conhecimento a priori.

A criação do sistema especulativo, entretanto, é uma atividade puramente estética que não se submete a preceitos racionais. Nada disso porém deverá impedir-nos de reter, apenas os axiomas arbitrariamente escolhidos dos que se mostram mais fecundos no curso do pensamento e do raciocínio abstrato. Desta forma, são a experiência e razão (não o empirismo ou o racionalismo) que devem constituir o critério para o julgamento crítico do valor de nossas proposições.

A especulação filosófica, como vimos, exige o exercício do bom senso. Urge estarmos sempre alerta para não cairmos na mitificação do conhecimento. 

Fonte de Consulta

CANABRAVA, E. Elementos de Metodologia Filosófica. São Paulo, Editora Nacional, 1956.

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