Útil - do latim utile significa aquilo
que pode ter algum uso ou serventia. Em filosofia, o "útil"
caracteriza-se pela intermediação, ou seja, vale por tudo aquilo a que se
dirige, não por si mesmo. Por exemplo: um lápis é útil, porque seu fim é
escrever. Assim, o útil é sempre instrumento, sempre intermediação.
O termo utilidade,
geralmente usado em economia, significa o poder que tem uma mercadoria ou
serviço, de proporcionar satisfação, por corresponder a uma necessidade. A
Economia não investiga a ética ou a moral das necessidades. Alimentos,
cigarros, bebidas possuem utilidade e têm significação econômica, quando
satisfaz necessidades. A Economia como ciência positiva analisa o que é e
não o que deveria ser.
A utilidade, como estamos
vendo é de caráter subjetivo, mas não implica valores éticos. Do termo
utilidade, deriva-se o princípio da utilidade marginal decrescente,
ou seja, à medida que aumentamos a quantidade de um bem, a sua utilidade total
aumenta, enquanto a sua utilidade marginal diminui a partir de
uma certa quantia, chegando até a um valor negativo. Supondo-se que uma pessoa
esteja com fome: o primeiro pedaço de pizza terá um valor alto, o segundo maior
ainda, mas depois do terceiro ou quarto, o pedaço extra começa a diminuir de
valor.
O utilitarismo, também derivado
do adjetivo útil refere-se à doutrina moral dos ingleses Jeremy Bentham
(1748-1832) e John stuart Mill (1806-1873). Bentham encontrara um panfleto
escrito por Joseph Priestley que dizia: "A maior felicidade para o maior
número". Fincou pé nessa verdade, dita por ele sagrada, e tentou aplicar o
conceito dentro da jurisprudência de seu país. Do mesmo modo, J. S. Mill
espelhando-se nessa frase construiu normas de ações para a boa conduta em
sociedade.
De acordo com esta doutrina ética, a
correção de uma ação deve ser julgada pela contribuição que faz ao aumento da
felicidade humana e à diminuição da miséria humana. Segue-se (por reflexão) que
o prazer é a única coisa boa em si e a dor a única coisa má. A
felicidade induz ao prazer e à liberação da dor. Disto resulta o prazer
egoístico, em que o atendimento dos interesses pessoais leva ao aumento da
felicidade da sociedade.
Saibamos diferenciar esses termos. Com
isso vamos aumentando o estoque de conhecimento, usando-o mais corretamente.
Fonte de Consulta
URMSON, J. Enciclopedia Concisa
de Filosofia y Filosofos. 2. ed., Madrid, Catedra, 1982
SELDON, A. e PENNANCE, F. G. Dicionário
de Economia. 3. ed., Rio de Janeiro, Bloch, 1977.
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