O progresso significa
o desenvolvimento de um ser, de uma ciência ou de uma atividade. Refere-se a
qualquer adiantamento observado. Historicamente, tem relação com o passado e o
futuro. J. B. Bury expressa-o nos seguintes termos: "A ideia de
progresso é a síntese do passado e a profecia do futuro". Como,
porém, deve ser considerado o progresso? Materialmente? Espiritualmente?
Ou moralmente? O que significa, em termos substantivos, "avanço" ou a
passagem do "inferior para o superior"? Há alguma diferença
fundamental entre progresso e evolução?
A origem do progresso pode ser
encontrada na Antiguidade. Há, contudo, historiadores que não aceitam
a ideia de progresso nessa fase, pois defendem a tese de que
esses filósofos não tinham consciência de um passado histórico suficientemente
longo para que o progresso pudesse ser evidenciado. Robert Nisbet, em a História
da Ideia de Progresso, nega tal afirmativa mostrando o elo
que os filósofos faziam entre o passado e o futuro. Dizia que esses filósofos
empregavam constantemente a palavra "no decurso do tempo",
"pouco a pouco" e "passo a passo''.
Há, com relação à Idade Média, uma
acepção de que cuidavam somente da teologia e do sobrenatural sem ligar para as
coisas do mundo. É um equívoco, pois na Alta Idade Média já se tinha em
formação todo o arcabouço da Renascença, que se consubstanciou no
desenvolvimento da ciência e, com ela, todo o avanço da tecnologia que vemos
nos dias de hoje. Ainda: com a paralisação do comércio, o ser humano foi
obrigado a voltar-se para dentro de si mesmo, antecipando-se ao que viria
depois.
Em termos de conhecimento, é difícil
separar o passado do presente. Muitas vezes pensamos ter descoberto a América,
mas uma pesquisa mais acurada comprova que aquela ideia já fora
veiculada por outros pensadores. Descartes, por exemplo, trouxe-nos
o cogito ergo sum (penso, logo existo). Contudo, para chegar a
tal assertiva, ele se valeu dos seus antecessores, principalmente da
argumentação de Santo Agostinho, em seu livro Cidade de Deus, quando
este proclamou a sua própria existência.
Notamos que a relação entre o passado e
o futuro marca as fases de progresso que a humanidade alcançou ao longo da
civilização. Da época dos utensílios de pedra até os avanços dos computadores
modernos, há todo um processo de instrumentalização que ampliou sobremaneira a
visão de mundo do ser humano e liberou mão de obra para outros setores do
conhecimento humano. Hoje vivemos o período da economia da informação, em que
a ideia é mais importante do que a coisa física, como máquinas e
ferramentas.
Reconheçamos os esforços de todos
aqueles que nos precederam. Procuremos, de nossa parte, dar prosseguimento a esse
progresso, fazendo-nos agentes vivos da história da humanidade.
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