Sócrates, filósofo grego da Antiguidade, instituiu
um método para a construção do saber, ou seja, o diálogo. O diálogo socrático
realizava-se sob dois momentos distintos: a ironia e a maiêutica.
Na ironia procurava confundir o interlocutor a respeito do que
este julgava saber; na maiêutica instruía sobre o que ele
poderia aprender. As perguntas que Sócrates fazia tinha por objetivo aprofundar
o tema em questão. Dizia que nada sabia, e por isso perguntava a quem ele
julgava que soubesse.
Para Sócrates as opiniões devem
ser destruídas. De acordo com o pensamento deste filósofo, o indivíduo, movido
pela sensação, vai adquirindo conhecimentos falsos e incorporando muitos vícios
ao seu patrimônio intelectual. Acha ele que esses pseudoconhecimentos são
adventícios, e, que uma reflexão mais cuidadosa sobre eles fará o indivíduo
mudar de parecer, motivando-o na busca do conceito.
Após confundir o interlocutor sobre aquilo que ele
julgava saber (opinião), Sócrates partia para a construção do conceito.
O conceito era o resultado das perguntas que ele fazia com o objetivo de
aprofundar o tema em questão. Penetrava no âmago do problema, sem contudo ter a
pretensão de descobrir a verdade total. Pelo contrário, indo até às últimas consequências,
deixava sempre um campo aberto para posteriores pesquisas.
O método socrático, como vemos, é o de perguntar. A
avaliação pedagógica atual está muito mais interessada nas respostas do que nas
perguntas dos alunos. Aliás, a maioria dos testes psicotécnicos medem a
capacidade de responder; poucos, a de perguntar. Por isso, diz-se que as
pessoas deveriam ser avaliadas pelas perguntas que fazem, e não somente pelas
respostas que dão. É que as perguntas revelam o caráter espontâneo do
indivíduo, enquanto a resposta aquilo que ele tira do livro.
A apreensão do conceito, sendo racional, deveria
encaminhar o indivíduo para a prática da virtude, pois a razão não pode
conceber a Verdade à parte do bem. Conceber as pessoas dentro da totalidade,
imaginando-as como parte integrante de uma população cósmica e espiritual, é de
suma importância para a ampliação de nossa visão com relação ao "eu",
ao "outro" e ao "nós".
Renunciemos às nossas opiniões particulares.
Posteriormente, procuremos descobrir o conceito que se oculta por trás das
coisas sensíveis. Esta é a regra áurea para bem conduzir o nosso pensamento na
busca da verdade.
Fonte de Consulta
GRISI, R. Didática Mínima. 13. ed., São Paulo, Editora Nacional, 1988 (Atualidades pedagógicas, volume 84).
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/conceito
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