Ética —
do grego ethos significa comportamento; Moral —
do latim mores, costumes. Embora utilizamos os dois termos para
expressarmos as noções do bem e do mal, convém fazermos uma distinção: a Moral
é normativa, enquanto a Ética é especulativa. A Moral,
referindo-se aos costumes dos povos nas diversas épocas, é mais abrangente; a
Ética, procurando o nexo entre os meios e os fins dos referidos costumes, é
mais específica. Pode-se dizer, que a Ética é a ciência da Moral.
Ética e Moral distinguem-se,
essencialmente, pela especulação da Lei. A Ética, refere-se à norma invariante;
a Moral, à variante. Contudo, há uma relação entre ambas, pois a
sistematização da segunda tem íntima relação com a primeira. Nesse sentido, a
Filosofia e a Religião contribuem para a fundamentação da tal norma. A raiz da
Ética deve e terá de ser encontrada na Ontologia. A Axiologia é apenas uma
disciplina desta. O valor é ainda ser e não nada.
O caráter invariante da
Lei possibilita-nos questionar: de onde veio? Quem a ditou? Por que? Com que
fim? A resposta dos transcendentalistas é que ela é heterônoma,
isto é, veio de fora do "eu". Deus seria o autor da norma. Liga-se,
assim, Filosofia e Religião. Para os cristãos, as normas éticas estão centradas
nos Dez Mandamentos; a resposta dos imanentistas é que ela é autônoma,
isto é, surge das tensões das circunstâncias.
Deus é o autor da Lei. Mas, que é Deus?
Como surgiu? Por que? Eis algumas perguntas cujas respostas nos deixam
embaraçados. A dificuldade de defini-lo não significa sua inexistência, pois,
sentimo-lo dentro de nós mesmos, através das suas leis, que estão gravadas em
nossa consciência. Ética e Moral são objetivas, pois fazem parte da constância
e invariância da eternidade de Deus. Cabe-nos, abrir a nossa mente, para
captá-las com mais precisão.
Ética e Moral determinam a perfeição do
ser. Acostumados a confundir os meios com os fins, não conseguimos visualizar
claramente o fim último da existência humana. Por isso, o erro crasso de
conceber a Moral como um mero e fastidioso catálogo de proibições. O fim do
homem é, pois, o de realizar, pelo exercício de sua liberdade, a perfeição de
sua natureza. Implica, muitas vezes, a obediência à vontade de Deus,
contrariando a própria, se assim delimitar, o dever, imposto pela sua
consciência.
Os valores éticos e morais devem ser
procurados na Lei Natural, a única que nos abre o caminho para a libertação de
nosso espírito imortal.
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