A crença na existência de uma terra desconhecida é uma constante
nos escritos míticos e filosóficos. Na Antiguidade havia grandes textos como
a Odisseia, a Eneida e os Argonautas.
Posteriormente, quaisquer temas sobre o Novo Mundo eram comparados a esses
heróis, que emprestavam à obra um ar de superioridade, de uma transcendência
espiritual e filosófica.
A figura do herói é fundamental: é ele quem tem a audácia de
romper as barreiras do sensível e penetrar no desconhecido. O herói, produto do
conúbio de um deus ou de uma deusa com um ser humano, simboliza a união das
forças celestes e terrestres. Sendo meio homem e meio deus, consegue penetrar
nas entranhas da Terra, voar aos céus, subir montanhas, descobrir tesouros
escondidos etc. Para ele nada é impossível, pois tem o apoio dos deuses e dos
mensageiros do além.
Perscrutando a história, observamos a presença de muitos heróis e
seus respectivos feitos. Entre os mais recentes, citamos: Os Lusíadas, de Luís de Camões (1572), que representam
uma verdadeira atualização da Eneida; a descoberta da América por Cristóvão Colombo, em que este é
considerado um predestinado, ou seja, um ser submetido à fatalidade; a invenção
do telescópio por Galileu, que com esse aparelho consegue ampliar a nossa visão
de mundo, diminuindo a distância dos objetos no Universo.
A grande dificuldade dos heróis: incompreensão, negação e
esquecimento por parte de seus pares. Quer seja celebrado ou menosprezado por
sua pátria, o herói descobridor é maldito como Prometeu, como Tífis que morre
antes do final da expedição, como Colombo que é levado para a Espanha
acorrentado e aviltado. Galileu teve que renunciar às suas descobertas
científicas para não morrer sob a espada de Igreja. De modo que a população
nunca está preparada para receber um novo conhecimento. Falta-lhe a perspectiva
do gênio, a visão daquele que entrou em contato direto com essa nova descoberta.
G. B. Marino, no seu livro A galeria, compara Galileu a Tífis e a Colombo em um
soneto, que o conclui assim: "Mas tu, maior que um e que outro, ousaste
explorar os campos secretos e inacessíveis do Mundo das Estrelas. E penetrando
nesses recantos desconhecidos soubeste encontrar no seu seio profundo novas
esferas, novos astros e novos sistemas". Com isso, quer nos convidar a um
olhar utópico sobre a vida, no sentido de buscar algo acima de nossas cabeças.
Deixemos o nosso pensamento vagar por esse mundo inexplorado. Que
maravilha. Não mais as trevas da Terra, mas a luzes do conhecimento superior
invadindo a nossa mente e tomando conta do nosso proceder.
&&&
ChatGPT (16/05/2023)
A expressão "alegoria do novo mundo" pode se referir a diferentes interpretações e contextos. Aqui, vou abordar uma possível interpretação relacionada à descoberta e à colonização das Américas pelos europeus durante a era dos Descobrimentos.
A "alegoria do novo mundo" pode ser entendida como uma representação simbólica da chegada dos europeus às terras desconhecidas das Américas. Nesse contexto, a alegoria é uma forma de expressão artística e literária que utiliza figuras e metáforas para transmitir uma mensagem ou uma ideia mais profunda.
A descoberta do continente americano abriu um novo capítulo na história humana, com um encontro entre culturas diferentes e o estabelecimento de colônias europeias. Essa alegoria pode simbolizar a ideia de um "novo mundo" que representa a esperança, a promessa e as oportunidades desconhecidas que os exploradores encontraram.
A alegoria do novo mundo também pode carregar uma dimensão crítica ou problemática, especialmente em relação às consequências do colonialismo e à violência infligida aos povos indígenas e suas culturas. Ela pode representar a ruptura e o choque cultural entre os europeus e os povos nativos, bem como a exploração e a dominação que acompanharam a colonização.
Essa alegoria também pode ser interpretada como uma reflexão sobre as mudanças na percepção do mundo, tanto no sentido geográfico quanto no sentido intelectual e cultural. A descoberta do novo continente questionou as antigas concepções do mundo e abriu caminho para uma nova visão global e para uma reavaliação dos conhecimentos e das ideias estabelecidas.
Em suma, a "alegoria do novo mundo" pode ser entendida como uma representação simbólica e metafórica da descoberta e da colonização das Américas pelos europeus. Ela pode evocar tanto a ideia de promessa e oportunidade quanto as problemáticas e complexidades históricas associadas a esse processo.
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