Até a vinda de Cristo, a Filosofia, em
sentido histórico, seguia o seu curso normal, ou seja, cada novo filósofo
acrescentava algo ao anterior. Foi desta maneira que do método socrático,
passamos à dialética platônica e desta à lógica aristotélica.
Em termos de ideias, Platão e Aristóteles assumem papel relevante, pois os
conhecimentos por eles proferidos servem ainda de bálsamo para mitigar o
niilismo dos dias atuais.
Cristo não veio à Terra para
acrescentar algo à filosofia existente; sua missão consistia em desvendar os
mistérios do reino dos céus consoante a revelação divina. A denominação
de filosofia cristã, cujo problema central é a conciliação das
exigências da razão humana com a revelação divina, nada mais é do que a
filosofia que, influenciada pelo cristianismo, predominou no Ocidente,
principalmente na Europa, no período que se estende do século I ao século XIV
de nossa era. Compreende dois períodos distintos: a filosofia patrística (séc. I ao V) e a filosofia escolástica (séc. XI ao XIV).
A filosofia patrística, que vai
do século I ao
V, foi influenciada por Platão.
O apogeu desta filosofia teve o contributo de Santo Agostinho (354-430), o maior filósofo da era patrística, e que marcou
mais profundamente a especulação cristã. Santo Agostinho reinterpreta a teoria das ideias de Platão, modificando-a em sentido cristão para
explicar a criação do mundo. Deixou formulado - indicando o caminho para a sua
solução - o problema das relações entre a Razão e a Fé, que será problema
fundamental da escolástica medieval. Ao mesmo tempo demonstra claramente sua
vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja
ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma.
A filosofia escolástica,
que vai do século XI ao XIV, foi influenciada por Aristóteles. São Tomás de Aquino (1221-1274) representa o apogeu desta filosofia na medida
em que conseguiu estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a
Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando
necessariamente. Ambas, com efeito podem tratar do mesmo objeto: Deus, por
exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a
teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação.
As causas da decadência da escolástica são externas e internas. As causas externas são
principalmente as condições sociais, políticas e religiosas da época que
suscitaram o desenvolvimento do individualismo, do liberalismo e do
racionalismo. As causas internas são, sobretudo, a inexistência de espíritos
criadores, a paixão pelas sutilezas inúteis, o desprezo pela forma e a
hostilidade de alguns filósofos contra as ciências experimentais que, nessa
ocasião, começavam a florescer.
A filosofia cristã influenciou o
pensamento da humanidade por muitos e muitos anos. Saibamos interpretá-la de
modo racional, a fim de que não sejamos tragados pelos silogismos veiculados
pelos seus pensadores.
Fonte de Consulta
REZENDE, A. (Org.). Curso de
Filosofia: para Professores e Alunos dos Cursos de Segundo Grau e de Graduação.
6. ed., Rio de Janeiro, Zahar, 1996.
SANTOS, T. M. Manual de Filosofia - Introdução à Filosofia Geral - História da Filosofia - Dicionário de Filosofia. 10. ed., São Paulo, Editora Nacional, 1958.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/filosofia-crist%C3%A3-e-espiritisimo
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