Como definir o futuro? Ele está perto ou distante? O futuro a Deus
pertence? Deve-se educar apenas os jovens? E os adultos? Alvin Toffler, em O Choque do Futuro e Aprendendo para o Futuro, descortina-nos novos horizontes acerca deste
tema. Ele diz: “Anteriormente os homens estudavam o passado para lançar luz
sobre o presente. Inverti o espelho do tempo, convencido de que uma imagem
coerente do futuro também pode nos fornecer uma infinidade de enfoques valiosos
do presente”.
A educação do futuro deve versar sobre o questionamento e a tomada de consciência de si mesmo. Com isso, teremos que buscar novas fontes de
informação, novos rumos para o nosso progresso moral e intelectual. O ser humano
não poderá ficar na dependência do outro, inclusive de livros que ditam as
normas e os procedimentos de como atuar em sociedade. A educação deve seguir o
exemplo de Nietzsche, que orientava a todos os seus leitores a abandonar o
livro, depois de lido, tornando-o dispensável como a comida que passa pelo
nosso corpo.
O presente deve ser uma antevisão do futuro e não uma extensão do
passado. No passado há paradigmas, que são modelos de pensamentos que nos
serviram em um dado momento. Thomas Kuhn, em Estrutura das Revoluções Científicas, diz que os paradigmas não são corrigidos pela “ciência
normal”; esta apenas identifica anomalias e crises. De acordo com Kuhn, a
mudança de paradigma se dá por uma alteração abrupta, por um salto, por um
insight. Em realidade, espelha mais uma nova visão de mundo, totalmente
diferente daquela que perdurava até então.
Projetar imagens otimistas aos jovens e aos adultos. Se esboçarmos
um mundo tenebroso, a criança vai se lançar ao mundo com essa visão. Como
formar um mundo melhor se a nossa mente tem-no como pior? O cérebro — um
poderoso reservatório de ideias e pensamentos — tem uma zona, denominada de
subconsciente, em que guardamos as lembranças do passado. Se as imagens
gravadas, na infância, são negativas, é possível que esta pessoa, na idade
adulta, tenha uma visão também negativa do mundo.
Os filmes de efeitos especiais, como Matrix e, mais recentemente, o Speed Racer, ajudam-nos a prever o futuro. O ser humano deve se preparar
para se adaptar ao mundo dos computadores, da terceira dimensão, da velocidade,
dos jogos de ação, pois é isso que está nos mostrando a realidade. Projetando
ainda mais o uso da tecnologia, podemos imaginar o que se nos espera. É
possível que não tenhamos capacidade de saber como se faz, como funcionam essas
máquinas. Como, porém, negar a sua existência?
Para detectar os futuros possíveis e prováveis, podemos fazer um
pequeno exercício. Suponha que você tenha saído com um barco e, já em alto mar,
o motor falhe. Como voltar a terra? Ideia 1: chamar a Guarda Costeira pelo
rádio. Não há rádio à bordo; ideia 2: remando. Não há remos; ideia 3: içando
uma vela. Não há velas. Ideia 4: saltar do barco e empurrá-lo. Há tubarões no
mar. Essas dificuldades obrigam-nos a pensar em uma nova solução, obrigam-nos a
desenvolver o pensamento criativo.
Ninguém é uma ilha. Todos dependemos de todos. Esta postura de
interdependência é muito útil para o futuro, pois o mundo se tornará cada vez
mais globalizado.
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