11 junho 2008

Educar para o Futuro

Como definir o futuro? Ele está perto ou distante? O futuro a Deus pertence? Deve-se educar apenas os jovens? E os adultos? Alvin Toffler, em O Choque do Futuro e Aprendendo para o Futuro, descortina-nos novos horizontes acerca deste tema. Ele diz: “Anteriormente os homens estudavam o passado para lançar luz sobre o presente. Inverti o espelho do tempo, convencido de que uma imagem coerente do futuro também pode nos fornecer uma infinidade de enfoques valiosos do presente”.

educação do futuro deve versar sobre o questionamento e a tomada de consciência de si mesmo. Com isso, teremos que buscar novas fontes de informação, novos rumos para o nosso progresso moral e intelectual. O ser humano não poderá ficar na dependência do outro, inclusive de livros que ditam as normas e os procedimentos de como atuar em sociedade. A educação deve seguir o exemplo de Nietzsche, que orientava a todos os seus leitores a abandonar o livro, depois de lido, tornando-o dispensável como a comida que passa pelo nosso corpo.

O presente deve ser uma antevisão do futuro e não uma extensão do passado. No passado há paradigmas, que são modelos de pensamentos que nos serviram em um dado momento. Thomas Kuhn, em Estrutura das Revoluções Científicas, diz que os paradigmas não são corrigidos pela “ciência normal”; esta apenas identifica anomalias e crises. De acordo com Kuhn, a mudança de paradigma se dá por uma alteração abrupta, por um salto, por um insight. Em realidade, espelha mais uma nova visão de mundo, totalmente diferente daquela que perdurava até então.

Projetar imagens otimistas aos jovens e aos adultos. Se esboçarmos um mundo tenebroso, a criança vai se lançar ao mundo com essa visão. Como formar um mundo melhor se a nossa mente tem-no como pior? O cérebro — um poderoso reservatório de ideias e pensamentos — tem uma zona, denominada de subconsciente, em que guardamos as lembranças do passado. Se as imagens gravadas, na infância, são negativas, é possível que esta pessoa, na idade adulta, tenha uma visão também negativa do mundo.

Os filmes de efeitos especiais, como Matrix e, mais recentemente, o Speed Racer, ajudam-nos a prever o futuro. O ser humano deve se preparar para se adaptar ao mundo dos computadores, da terceira dimensão, da velocidade, dos jogos de ação, pois é isso que está nos mostrando a realidade. Projetando ainda mais o uso da tecnologia, podemos imaginar o que se nos espera. É possível que não tenhamos capacidade de saber como se faz, como funcionam essas máquinas. Como, porém, negar a sua existência?

Para detectar os futuros possíveis e prováveis, podemos fazer um pequeno exercício. Suponha que você tenha saído com um barco e, já em alto mar, o motor falhe. Como voltar a terra? Ideia 1: chamar a Guarda Costeira pelo rádio. Não há rádio à bordo; ideia 2: remando. Não há remos; ideia 3: içando uma vela. Não há velas. Ideia 4: saltar do barco e empurrá-lo. Há tubarões no mar. Essas dificuldades obrigam-nos a pensar em uma nova solução, obrigam-nos a desenvolver o pensamento criativo.

Ninguém é uma ilha. Todos dependemos de todos. Esta postura de interdependência é muito útil para o futuro, pois o mundo se tornará cada vez mais globalizado.

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