A vida é a sucessão de fatos. Cada dia
é uma nova experiência e uma nova aprendizagem. A realidade consiste em tudo o
que nos absorve: o chorar da criança, o ruído do vento, as notícias da
televisão, as conversas com os vizinhos, a espera pelo ônibus, a complicação do
trânsito, as nossas expectativas com relação à vida futura, os nossos sonhos e
devaneios. Tudo isso é real e preenche a percepção de cada um de nós de modo
diferente, dependendo da crença de cada qual.
A circunstância que se nos apresenta é
a realidade que nos absorve. Nós não somos nem donos e nem joguetes da
circunstância. Diante de uma dada situação cada um tem que tomar uma atitude,
fazer uma escolha. Mesmo que optemos por não escolher, assim mesmo escolhemos.
Tomar essa ou aquela direção é uma atitude livremente aceita, porque poderíamos
não a realizar. É, assim, no contexto da ação que o indivíduo marca a sua
presença na própria vida e na dos outros.
A liberdade e a escravidão estão
jungidos ao nosso querer, à nossa escolha, ao nosso livre-arbítrio. Às vezes,
parece-nos que não temos meios de escolher, visto as circunstâncias
obrigarem-nos a agir dessa ou daquela forma. Mas o estar diante daquela
situação não pode ser o resultado de uma escolha anterior? Há no Universo leis,
sendo a lei de causa e efeito a principal. Se deliberadamente optamos pelo mal,
pelo vício, consequentemente eles estarão obliterando-nos outros atos livres.
Na vida é preciso saber ater-se. A
erudição difere do saber, a memória da inteligência, a informação da formação.
Muitos de nós por ânsia de conhecer vão à procura de livros, de gurus, de
líderes carismáticos, pensando que estando ao contato de suas sombras isso lhe
trará uma melhor compreensão do mundo. Tudo que está na natureza é útil e
devemos nos valer disso. Contudo, o melhor livro que devemos abrir é o livro de
nosso coração.
No contexto de nossa escolha, a
perspectiva com relação à vida futura muda substancial o substrato de nossas
atitudes. Esperando que a vida termine com a morte do corpo físico, poderemos
enveredar para o gozo material, o que muitas vezes estimula o orgulho e a
vaidade. Porém, se a nossa expectativa é de que a vida continua além túmulo a
nossa conduta será substancialmente diferente e refletiremos mais em cada ação,
em cada gesto e em cada interpelação com o nosso irmão do caminho.
Estejamos inteiros em nossa própria
circunstância. Não permitamos que outros determinem o que devemos fazer.
Façamo-lo hoje com determinação e confiança, que a vida será mais ativa e
duradoura.
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