"As pessoas que vivem plenamente
jamais se queixam".
Eu sou tímido; eu sou ruim em
matemática, ortografia, leitura, línguas etc.; eu sou desastrado em jardinagem.
Eu estou chateado porque você me fez passar vergonha em público; eu estou
ressentido porque você não me cumprimentou; eu estou magoado porque você me
deixou sem graça. Sinto-me culpado por não acompanhá-lo ao médico; sinto-me
culpado porque desobedeci à dieta; sinto-me culpado porque não fui à Igreja
rezar. Esses e outros sentimentos veem à tona, tão logo peçamos para alguém
fazer uma avaliação de si mesmo.
O que se depreende desses tipos de
pensamento? Que eles têm o objetivo de nos defender de alguma coisa. Quando
dizemos que alguém nos magoa, estamos colocando as nossas responsabilidades nas
mãos de outras pessoas. Estamos dando mais importância ao que os outros pensam
de nós do que aquilo que nós próprios pensamos de nós. Não são as pessoas que
nos magoam; somos nós que nos sentimos magoados com aquilo que elas disseram.
Não são as pessoas que nos ofendem; somos nós que nos sentimos ofendidos pelo
que elas falaram de nós.
Observe a frase: "eu sou
tímido". É possível que não o percebamos de pronto, mas esta sentença gera
em nós um círculo vicioso do pensamento. Como? Começamos com uma afirmação:
"eu sou tímido"; em seguida, surge à nossa frente um grupo de
pessoas; pensamos com os nossos botões: "bem que eu poderia me associar a
elas"; logo vem a negação: "Não! Não, por que..."; porque
"eu sou tímido". Ao invés de nos desafiar, este pensamento
autodestruidor nos arruína ainda mais.
Qualquer "eu sou" que nos
impeça de crescer é como um demônio que deve ser combatido sem tréguas.
Primeiramente, há que se tomar consciência desta situação em nossa vida;
depois, arquitetar um plano para modificar as respostas habituais. Tão logo
surja um sentimento de timidez, pensemos no seu contrário: ontem eu era tímido,
mas hoje eu enfrentarei a timidez. Outro exemplo: determinarmos falar com
alguém que normalmente não teríamos coragem, porque nos achávamos tímido.
Por que nos sentimos culpados? Qual a
origem da culpa? Ela é proveniente de diversas circunstâncias. Pode estar
vinculada à ação, à Igreja, à escola. Pode também ser inspirada pelos filhos,
pelos amantes, pela amizade. Às vezes, as dietas podem gerar sentimento de
culpa, simplesmente porque comemos um biscoito e desobedecemos a ordem
preestabelecida. A culpa tem um inconveniente muito grave, ou seja, faz-nos
estar sempre no passado, dificultando a vivência plena do momento que passa.
Não reclamemos porque as rochas são
ásperas, o céu está nublado ou está fazendo muito frio. Sigamos o exemplo de
Merlin que, a toda tristeza, mandava-nos aprender alguma coisa.
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