Até o Século XVI, a maneira de pensar
que prevalecia na Europa era proveniente das crenças teóricas vindas de
Aristóteles e outros gregos antigos, e das crenças doutrinais que derivavam da
Bíblia e da Igreja. Os filósofos medievais eram homens de formidáveis
raciocínios intelectuais, mas os problemas em que exercitavam suas mentes
estavam distantes do mundo real que os rodeava.
A ciência moderna começou com a
revolucionária teoria heliocêntrica do astrônomo Nicolau Copérnico (1473-1543).
Antes dele, a visão do mundo provinha da teoria de Ptolomeu, que incorporada à
doutrina da Igreja, descrevia a Terra como o centro do Universo. Copérnico, ao
afirmar a falsidade da teoria de Ptolomeu, indiretamente contrariava a doutrina
da Igreja. Esta, sem dúvida, foi a razão pela qual demorou em tornar pública a
sua descoberta científica.
Em seguida, surge Francis Bacon
(1561-1626), o pai da ciência na Inglaterra. Bacon era um homem extremamente
versátil: advogado, estadista, moralista, ensaísta, literário e filósofo. Sua
fama não provém de alguma descoberta científica, mas do método que emprestou à
ciência e às inspirações dos novos cientistas. A sua contribuição, que hoje nos
parece óbvia, diz respeito ao seu empiricismo: observar a natureza, conduzir
experimentos e formular leis naturais, através da indução.
Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo
inglês, deu continuidade à rebelião contra a filosofia aristotélica da Idade
Média. Sendo amigo de Francis Bacon, foi por ele fortemente influenciado,
principalmente na observância das leis naturais. Hobbes apenas não aceitou o
empiricismo de Bacon, preferindo optar pelas ideias de Galileu que conheceu na
Itália. Galileu incutiu-lhe na mente a ambição de construir a ciência do homem
natural e da sociedade – ciência que deveria ser a perfeição racional da
geometria. Hobbes acreditava que poderia deduzir do conhecimento da natureza, o
conhecimento da natureza humana e do conhecimento da natureza humana, o
conhecimento das sociedades políticas.
Dentro desse contexto, surge René
Descartes (1596-1650), ampliando a ojeriza pelos ensinamentos da escolástica.
Em realidade, o plano da sua dialética não era o de descobrir verdades, mas o
de descobrir o espírito para a verdade. Sendo assim, o seu método consistia na
dúvida metódica, ou seja, começava qualquer raciocínio duvidando de tudo: de
Deus, dele próprio e do seu semelhante. Depois, através das várias aproximações
do próprio raciocínio, chegava à posse do conhecimento verdadeiro.
Como vemos, as ideias não surgem
isoladamente. Elas ampliam-se ao passarem de uma mente para outra. Procuremos,
assim, buscar esses elos de ligação para melhor compreendermos a dimensão de
nossa evolução cultural e espiritual.
Fonte de Consulta
CAMERON, J. (Editor). Growth of
Ideas: Knowledge, Though and Imagination. New York, Doubleday &
Company, 1966.
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