"Há duas
maneiras de adquirir conhecimento: uma por meio da razão e outra por meio da
experimentação." (Sobre a ciência experimental)
Roger Bacon
(1214-1292) é um filósofo que deu destaque ao empirismo, em que a experiência
sensorial é o que produz em nós o conhecimento. Após estudar nas universidades
de Oxford e Paris, Roger Bacon começou a ganhar notoriedade por se dedicar a
uma vasta gama de assuntos, incluindo filosofia, matemática, ciência e
alquimia. Em 1256, entrou para a ordem católica dos franciscanos, fundada por
São Francisco de Assis.
O papa Clemente
IV, em 1266, pediu para que Bacon elaborasse um programa de estudos mais avançado
sobre filosofia, ciência e linguagem, e que pudesse ser inserido nas
universidades, com o objetivo de aperfeiçoar o ensino da Igreja sobre teologia.
A primeira parte desse empreendimento, Opus maius, foi logo seguida
por Opus minus e por Opus tertium.
Bacon distingue experientia,
ou experiência, de experimentum, uma série de princípios
científicos baseados na experiência. A experiência é inata, é o conhecimento
das coisas compartilhado por todos os animais, ao passo que os princípios
científicos baseados na experiência precisam ser aprendidos. São estes que
permitem a descoberta de novas verdades. Os níveis da experiência interna são: Iluminação
científica; Virtude; Dons do Espírito santo; Bem-aventuranças; Sentidos
espirituais; Resultados espirituais como a paz de Deus; Êxtase divino.
O método
científico baseia-se na observação da natureza, no levantamento de hipóteses e
na comprovação pela experimentação. Observação, hipótese e experimentação não
têm fim. Funciona como uma espécie de tentativa e erro em busca da verdade.
Para que se comprove uma hipótese, há necessidade de muitas repetições e, em
alguns casos, de muitas pessoas para dar conta da pesquisa. Os erros
anteriores serão eliminados pelas pesquisas posteriores e assim a ciência
alcança seu progresso.
LEVENE, Lesley. Filosofia para Ocupados: dos Pré-Socráticos aos Tempos Modernos. Tradução de Débora Fleck. Rio de Janeiro: LeYa, 2019.
http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=53
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