20 fevereiro 2020

Freud, Sigmund

"Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro." (Sigmund Freud)

Sigmund Freud (1856-1939), o fundador da psicanálise, nasceu em uma família judaica de Freilberg, na Morávia, então parte do Império Austro-Húngaro. Casado e teve seis filhos. Teve um câncer de mandíbula e, de 1923 em diante, submeteu-se a mais de trinta operações na tentativa de obter cura. Foi excelente estudante no colégio e recebeu diploma de medicina pela Universidade de Viena em 1881. Durante os dez anos seguintes, fez pesquisas na área da fisiologia, integrou a equipe de uma clínica psiquiátrica, deu consultas particulares em neurologia, trabalhou em Paris com o eminente neurologista francês Jean Charcot e com o médico vienense Josef Breuer.

Obras principais: A Interpretação dos Sonhos (1900), Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901), O Chiste e sua Relação com o Inconsciente (1905), Cinco Lições sobre a Psicanálise (1909), Totem e Tabu (1912), O Futuro de uma Ilusão (1927), Mal-estar na Civilização (1930).

Em 1902, organizara um grupo para discutir assuntos ligados à psicologia, em Viena, e um dos primeiros membros foi Alfred Adler; alguns anos mais tarde Carl Jung juntou-se a eles. Ambos iriam tornar-se psicólogos da fama mundial, por mérito próprio.

Freud desenvolveu a técnica da psicanálise como método de tratamento das doenças mentais. Formulou a teoria de estrutura da personalidade humana e também desenvolveu ou popularizou as teorias psicológicas referentes à ansiedade, mecanismos de defesa, complexo de castração, repressão e sublimação, para mencionar apenas algumas delas. Suas ideias em psicologia revolucionaram completamente nosso conceito sobre mente humana, e muitas noções e termos por ele introduzidos tornaram-se de usos comum — por exemplo, o id, o ego, o superego, o complexo de Édipo e o desejo de morte (1)

Em se tratando da filosofia, sua revelação do inconsciente como lugar de nossos desejos reprimidos, origem de nossos sonhos e fonte de nosso imaginário, provocou um profundo questionamento da tradição filosófica racionalista que definia o homem precisamente por sua consciência e racionalidade. "A psicanálise nos ensina que a essência do do processo de repressão não consiste em suprimir, negar uma representação que indica uma pulsão, mas em impedi-la de tornar-se consciente. Dizemos assim que se encontra em um estado 'inconsciente', e podemos fornecer provas sólidas de que, mesmo inconsciente, ela produz efeitos, alguns dos quais podem até atingir o consciente." (2)

Método de Freud: pedia que seus pacientes se deitassem em um divã e falassem tudo o que lhes viesse à mente, e isso costumava fazê-los se sentir muito melhor à medida que liberavam suas ideias. Essa “livre associação”, que permite um fluxo de ideias, gerou resultados surpreendentes, tornando consciente o que antes era inconsciente. Ele também pedia que os pacientes relatassem seus sonhos. De alguma maneira, essa “cura pela fala” destravava os pensamentos problemáticos e eliminava alguns dos sintomas. Era como se o ato da fala liberasse a pressão causada pelas ideias com as quais os pacientes não queriam se confrontar. Foi o nascimento da psicanálise. (3)

Psicanálise. Disciplina fundada e nomeada por Sigmund Freud, que abrange: 1) um método de investigação da significação do inconsciente das falas, dos atos e das produções imaginárias de um sujeito; 2) um método psicoterapêutico fundado nessa investigação; 3) um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas que formam o corpo de uma doutrina.

(1) HART, Michael H. As 100 maiores personalidades da história. 14ª ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 2011.

(2) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(3) WARBURTON, Nigel. Uma Breve História da Filosofia. Tradução de Rogério Bettoni. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. (Coleção L&PM POCKET)

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