"Toda
vantagem obtida no passado é julgada à luz do resultado final."
(Demóstenes)
Demóstenes (384-322 a.C.). Político e orador
ateniense. Reconhecendo-se sem dotes precisos para o uso da palavra, empreendeu
rigoroso combate para a melhoria de sua voz. Dizem os cronistas que
"Demóstenes teve de empenhar contra si mesmo um combate persistente para
corrigir os seus defeitos naturais; declamava longos discursos com a boca cheia
de seixos; ia à beira do mar opor a sua declamação aos mugidos das vacas para
se acostumar às tempestades das assembleias populares; colocava-se perto da
ponta de uma espada nua para corrigir certos movimentos desconjuntados do seu
corpo; finalmente, mandava cortar o cabelo rente, para que não pudesse sair do
seu retiro."
O mais celebre
orador ateniense. Chefe do partido da guerra contra Filipe da Macedônia. Órfão
de pais aos 7 anos, roubado pelos tutores, logo que chegou à maioridade, sob a
direção do retórico Iseias persegue-os nos tribunais, conseguindo reaver parte
do patrimônio. Reconhecendo-se, porém, sem os dotes precisos para as lutas das
palavras, conseguiu à força de trabalho vencer todas as dificuldades,
apresentando-se na tribuna fortificado para os combates oratórios, que tomaram
25 anos de sua vida. (1)
Político e o maior dos oradores gregos e da Antiguidade, segundo Plutarco, nascido em Atenas, associou a honradez política com
o ideal democrático e, pelo seu simbolismo, alguns historiadores o consideram o
maior orador de todos os tempos. De família rica, mas com a fortuna herdada
perdida pelos seus tutores, decidiu dedicar-se à oratória, submetendo-se a uma
severa preparação que moldou seu caráter inflexível. Seu primeiro feito foi
quando derrotou brilhantemente ante os tribunais seu tutor Áfobo (363 a. C.).
Demóstenes, em 355/4 a.C., dá início à sua atividade política, com
o primeiro discurso Contra a Lei de Léptines. Depois, sucederam outros discursos,
tais como, Contra Timócrates, Pelos Megalopolitas, Pela Liberdade dos Ródios, Contra Aristócrates, Oração da Coroa etc. A Terceira Filípica, datada de 341, é a peça oratória mais
bem elaborada. Nela o orador não se dirige apenas aos seus concidadãos, mas a
todos os gregos que desejavam conservar a liberdade.
A retórica de Demóstenes leva-nos à Grécia antiga. Observe o
apreço que os gregos antigos davam à lógica, à palavra e à argumentação, pois
não havia o advogado de defesa como temos hoje. Era o próprio litigante que
tinha de se defender diante dos juízes. Nessa época, os sofistas adquirem fama,
pois ensinavam, através de remuneração financeira, as técnicas de convencimento
e de persuasão, extremamente úteis para vencer uma discussão, quer as pessoas
estejam ou não com a verdade.
Para Demóstenes, uma peça oratória deveria se fundamentar em:
1) uma grande pessoa
2) um evento inesquecível
3) uma mensagem convincente
4) uma transmissão primorosa.
(1) EDIPE -
ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.
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