19 fevereiro 2020

Demóstenes

"Toda vantagem obtida no passado é julgada à luz do resultado final." (Demóstenes)

Demóstenes (384-322 a.C.). Político e orador ateniense. Reconhecendo-se sem dotes precisos para o uso da palavra, empreendeu rigoroso combate para a melhoria de sua voz. Dizem os cronistas que "Demóstenes teve de empenhar contra si mesmo um combate persistente para corrigir os seus defeitos naturais; declamava longos discursos com a boca cheia de seixos; ia à beira do mar opor a sua declamação aos mugidos das vacas para se acostumar às tempestades das assembleias populares; colocava-se perto da ponta de uma espada nua para corrigir certos movimentos desconjuntados do seu corpo; finalmente, mandava cortar o cabelo rente, para que não pudesse sair do seu retiro."

O mais celebre orador ateniense. Chefe do partido da guerra contra Filipe da Macedônia. Órfão de pais aos 7 anos, roubado pelos tutores, logo que chegou à maioridade, sob a direção do retórico Iseias persegue-os nos tribunais, conseguindo reaver parte do patrimônio. Reconhecendo-se, porém, sem os dotes precisos para as lutas das palavras, conseguiu à força de trabalho vencer todas as dificuldades, apresentando-se na tribuna fortificado para os combates oratórios, que tomaram 25 anos de sua vida. (1)

Político e o maior dos oradores gregos e da Antiguidade, segundo Plutarco, nascido em Atenas, associou a honradez política com o ideal democrático e, pelo seu simbolismo, alguns historiadores o consideram o maior orador de todos os tempos. De família rica, mas com a fortuna herdada perdida pelos seus tutores, decidiu dedicar-se à oratória, submetendo-se a uma severa preparação que moldou seu caráter inflexível. Seu primeiro feito foi quando derrotou brilhantemente ante os tribunais seu tutor Áfobo (363 a. C.).

Demóstenes, em 355/4 a.C., dá início à sua atividade política, com o primeiro discurso Contra a Lei de Léptines. Depois, sucederam outros discursos, tais como, Contra TimócratesPelos MegalopolitasPela Liberdade dos RódiosContra Aristócrates, Oração da Coroa etc. A Terceira Filípica, datada de 341, é a peça oratória mais bem elaborada. Nela o orador não se dirige apenas aos seus concidadãos, mas a todos os gregos que desejavam conservar a liberdade.

retórica de Demóstenes leva-nos à Grécia antiga. Observe o apreço que os gregos antigos davam à lógica, à palavra e à argumentação, pois não havia o advogado de defesa como temos hoje. Era o próprio litigante que tinha de se defender diante dos juízes. Nessa época, os sofistas adquirem fama, pois ensinavam, através de remuneração financeira, as técnicas de convencimento e de persuasão, extremamente úteis para vencer uma discussão, quer as pessoas estejam ou não com a verdade.  

Para Demóstenes, uma peça oratória deveria se fundamentar em:

1) uma grande pessoa

2) um evento inesquecível

3) uma mensagem convincente

4) uma transmissão primorosa.

(1) EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.


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