08 fevereiro 2020

Epicuro

"Faz tudo como se alguém te contemplasse." (Epicuro)

Epicuro (341-271 a.C.) foi um filósofo grego (nascido em Salmos) atomista, o fundador do epicurismo. Como em Demócrito, sua física é fundamentada nos átomos; em termos morais, advoga o seguinte princípio: o bem é o prazer. Hedonista, e como sua moral baseia-se no prazer, quiseram fazê-lo um defensor da volúpia. Tinha em mente que o prazer é o bem supremo e a dor o mal supremo. O prazer reside na eliminação de toda a dor. Quando esse estado de prazer é estável, o indivíduo aproxima-se da ataraxia. 

Epicuro lecionou por um tempo na Ásia Menor antes de se estabelecer em Atenas, por volta de 307 a.C. Fundou uma escola conhecida como o Jardim, onde deu aulas até o fim da vida. Pregava um bom relacionamento entre mestre e aluno. Era um filósofo pessimista, mas um pessimista sorridente. Suas opiniões (fragmentos) chegaram até nós por meio dos escritos de seus seguidores, sendo o mais notável deles o poeta e filósofo romano Lucrécio, com seu De rerum natura (Sobre a natureza das coisas).

Voltaire, quando escreveu o Cândido ou o Otimismo (1759), reporta-se ao dilema de Epicuro: "Ou Deus quer extirpar o mal deste mundo e não pode, ou pode e não o quer; ou não pode nem quer; ou finalmente quer e pode. Se quer e não o pode, é sinal de impotência, o que é contrário à natureza de Deus; se pode e não o quer, é malvadez, o que não é menos contrário à sua natureza; se não quer nem pode é simultaneamente malvadez e impotência; se quer e pode (o que de todas as hipóteses é a única que convém a Deus), qual é então a origem do mal sobre a Terra?"

Para Epicuro, não existe nem imortalidade nem um “mais além”. A morte do indivíduo é morte do corpo e da alma. Apesar do seu materialismo, pregava que não se devia temer a morte. O importante é a vida, que se fundamenta na busca do prazer, não do prazer hedonista. O ideal é alcançar a ataraxia — “a tranquilidade do espírito que evita cair na dor decorrente da carência ou do excesso de prazeres — e a autarquia — autossuficiência, não depender de nada a não ser de si mesmo, encontrar satisfação com pouco, uma vez que o desejo de abundância nos torna dependentes do objeto”.

Epicuro defendia que o objetivo da vida feliz é o prazer. Há necessidade de separarmos o falso prazer do verdadeiro. Acha que “a solução mais sábia está em submeter a busca da felicidade ao juízo da razão. É preciso, portanto, eliminar os medos inúteis (da morte, dos deuses, da dor), moderar as necessidades de modo que o seu gozo não se transforme no contrário e, principalmente, ter como meta a tranquilidade de espírito, a serenidade”.

Epicurismo. No sistema filosófico de Epicuro era dever do homem, tornar a sua vida presente a melhor possível, onde o supremo bem está no prazer. Para ele, o supremo bem está no prazer autêntico obtido mediante a prática da virtude, como o único bem supremo do homem. Pregava que o sábio deveria afastar-se dos desejos impetuosos, cheios de violência e angústia, bem como evitar as paixões eróticas ou políticas, que serão fontes de dor. Além disso, deveria afastar-se do temor aos deuses e das ambições, para usufruir o prazer moderado. 


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