"Faz tudo
como se alguém te contemplasse." (Epicuro)
Epicuro (341-271 a.C.) foi um filósofo grego (nascido em
Salmos) atomista, o fundador do epicurismo. Como em Demócrito, sua física é
fundamentada nos átomos; em termos morais, advoga o seguinte princípio: o bem é
o prazer. Hedonista, e como sua moral baseia-se no prazer, quiseram fazê-lo um
defensor da volúpia. Tinha em mente que o prazer é o bem supremo e a dor o mal
supremo. O prazer reside na eliminação de toda a dor. Quando esse estado de
prazer é estável, o indivíduo aproxima-se da ataraxia.
Epicuro lecionou por um tempo na Ásia Menor antes de se
estabelecer em Atenas, por volta de 307 a.C. Fundou uma escola conhecida como o
Jardim, onde deu aulas até o fim da vida. Pregava um bom relacionamento entre mestre e
aluno. Era um filósofo pessimista, mas um pessimista sorridente. Suas
opiniões (fragmentos) chegaram
até nós por meio dos escritos de seus seguidores, sendo o mais notável deles o
poeta e filósofo romano Lucrécio, com seu De rerum natura (Sobre a natureza das coisas).
Voltaire, quando
escreveu o Cândido ou o Otimismo (1759), reporta-se ao dilema de Epicuro: "Ou Deus quer
extirpar o mal deste mundo e não pode, ou pode e não o quer; ou não pode nem
quer; ou finalmente quer e pode. Se quer e não o pode, é sinal de impotência, o
que é contrário à natureza de Deus; se pode e não o quer, é malvadez, o que não
é menos contrário à sua natureza; se não quer nem pode é simultaneamente
malvadez e impotência; se quer e pode (o que de todas as hipóteses é a única
que convém a Deus), qual é então a origem do mal sobre a Terra?"
Para Epicuro,
não existe nem imortalidade nem um “mais além”. A morte do indivíduo é morte do
corpo e da alma. Apesar do seu materialismo, pregava que não se devia temer a
morte. O importante é a vida, que se fundamenta na busca do prazer, não do
prazer hedonista. O ideal é alcançar a ataraxia —
“a tranquilidade do espírito que evita cair na dor decorrente da carência ou do
excesso de prazeres — e a autarquia — autossuficiência, não depender
de nada a não ser de si mesmo, encontrar satisfação com pouco, uma vez que o
desejo de abundância nos torna dependentes do objeto”.
Epicuro defendia que o objetivo da vida feliz é o prazer. Há
necessidade de separarmos o falso prazer do verdadeiro. Acha que “a solução
mais sábia está em submeter a busca da felicidade ao juízo da razão. É preciso,
portanto, eliminar os medos inúteis (da morte, dos deuses, da dor), moderar as
necessidades de modo que o seu gozo não se transforme no contrário e,
principalmente, ter como meta a tranquilidade de espírito, a serenidade”.
Epicurismo. No sistema
filosófico de Epicuro era dever do homem, tornar a sua vida presente a melhor
possível, onde o supremo bem está no prazer. Para ele, o supremo bem está no
prazer autêntico obtido mediante a prática da virtude, como o único bem
supremo do homem. Pregava que o sábio deveria afastar-se dos desejos
impetuosos, cheios de violência e angústia, bem como evitar as paixões eróticas
ou políticas, que serão fontes de dor. Além disso, deveria afastar-se do temor
aos deuses e das ambições, para usufruir o prazer moderado.
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