18 fevereiro 2020

Adorno, Theodor Wiesegrund

"Existe um critério quase infalível para determinar se um homem é realmente teu amigo: o modo como refere opiniões hostis ou descorteses a teu respeito." (Adorno)

Theodor Wiesegrund Adorno (1903-1969) foi um filósofo alemão, co-fundador da escola de Frankfurt. Exilou-se por motivos políticos na Inglaterra (1933) e depois nos Estados Unidos (1937); retornando à Alemanha (1949), lecionou na Universidade de Frankfurt e reorganizou o Instituto de Pesquisas Sociais. Inicialmente dedicou-se ao estudo de Kierkegaard, sobretudo à sua noção de subjetividade, passando depois à análise da dialética em um sentido crítico à formulação de Hegel. Suas obras principais são: Kierkegaard, Construção do Estético (1933), Dialética do Esclarecimento (1947, com Horkheimer), Filosofia da Nova Música (1949), Dialética Negativa (1966), Teoria Estética (1968), Três Estudos sobre Hegel (1969). (1) 

Resumo do seu pensamentoInteligência. Emoção. ==> Ambas são necessárias para que eu faça julgamentos sobre o que é certo ou errado. ==> Então, para agir moralmente, preciso ser capaz de usar minha inteligência, assim como minhas emoções. ==> A inteligência é uma categoria moral. (2) 

O exame crítico que o grupo de filósofos [da Escola de Frankfurt] fez das sociedades desenvolvidas exerceu poderosa influência sobre os movimentos de contestação da segunda metade do século XX. Esta Escola constituiu o núcleo de uma linha original de pensamento filosófico-político desenvolvido por Walter Benjamim, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Wilhelm Reich, Jürgen Habermas e Adorno. A teoria crítica proposta por esses pensadores se opõe à teoria tradicional, que se pretende neutra quanto às relações sociais. Ela toma a própria sociedade como objeto e rejeita a ideia de produção cultural independente da ordem social em vigor.

O conceito de "indústria cultural" foi criado por Adorno para designar a exploração sistemática e programada dos bens culturais com finalidade de lucro. A obra de arte produzida e consumida segundo os critérios da sociedade capitalista se rebaixa ao nível de mercadoria e perde sua potencialidade de crítica e contestação. (3) 

Adorno, apesar da grandiosa relevância desse pensamento, é mais conhecido por sua crítica à chamada Industria Cultural. Na obra que recebe esse mesmo nome, escrita em conjunto com Max Horkheimer, o filósofo estabelece uma crítica a uma indústria que tem como objetivo a manipulação das consciências através dos meios de comunicação. Assim, os filmes no cinema, os programas de televisão, as músicas, e, em tempos mais recentes, os conteúdos da internet são pensados ideologicamente já em sua criação, a fim de incitar às pessoas a um certo tipo de pensamento, bem como a um certo modo de enxergar o mundo. (4) 

Frases de Adorno“Liberdade não é poder escolher entre preto e branco mas sim abominar este tipo de propostas de escolha.”; “O humano estabelece-se na imitação: um homem torna-se um homem apenas imitando outros homens.”; “De homens muito maus não se pode nem mesmo imaginar que morram.”; “A arte necessita da filosofia, que a interpreta, para dizer o que ela não consegue dizer, conquanto só através da arte pode ser dito ao não ser dito”; “Nenhum pensamento é imune à sua comunicação, e basta já expressá-lo num falso lugar e num falso acordo para minar a sua verdade.”; “O amor é a capacidade de perceber o semelhante no dessemelhante.”

(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

(2) VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.

(3) http://www.filosofia.com.br/bio_popup.php?id=62

(4) https://www.infoescola.com/biografias/theodor-adorno/


Nenhum comentário: