"O ser é e
não pode não ser e o não-ser não é e não pode ser de modo algum."
(Parmênides)
Parmênides (510-445 a. C.) foi um filósofo grego da
Antiguidade, o primeiro pensador a discutir questões relativas ao “Ser”. Foi um
dos três mais importantes filósofos da escola eleática, junto com Xenófanes e
Zenão. Tales, Anaximandro e Anaxímenes iniciam o processo de
reflexão racional sobre a origem das coisas. Heráclito dá ênfase ao movimento.
Parmênides enfatiza o fixo, representando um contraponto a Heráclito.
Parmênides é considerado o mais remoto precursor da lógica ao enunciar o
princípio de identidade e de não contradição.
Zenão, discípulo de Parmênides, vem em seguida, ao empregar a argumentação erística,
ou seja, a arte da disputa ou da discussão. Posteriormente Sócrates, com a maiêutica,
e Platão, com a teoria das ideias, completaram a base para o
advento da lógica aristotélica.
O diálogo foi descoberto por Parmênides, Sócrates e Platão. O
antidiálogo surgiu com os sofistas Protágoras, Górgias e Trasímaco. Os
primeiros são os amantes do logos; os segundos, "amantes da opinião"
ou filodoxos.
A realidade. Para Parmênides, o ser é uma esfera
bem redonda. “Os atributos do ser não podem ser encontrados por via
experimental ou sensorial, mas deduzidos com coerência lógica do próprio
conceito de ser”.
A existência da verdade. Para Parmênides e Zenão,
a verdade é o resultado de uma viagem. Esta começa nas casas da Noite, bairro da cidade de Eleia, cuja
simbologia representa o homem que se deixa levar pelos sentidos, e termina nas
portas do tempo, onde Parmênides recebe, diretamente da boca da deusa
Necessidade, a doutrina do Ser, ideia básica de sua filosofia. Esta metáfora
mostra que a verdade não é alcançável para todos, mas somente para aqueles que
fazem esforços.
O pensar. Para Parmênides, somente a razão vê o
real. Os cinco sentidos testemunham toda a transformação da realidade. “É
verdade que a vida cotidiana requer o uso dos órgãos dos sentidos, mas por meio
deles não se chega à verdade. A razão, não o olho, vê o real”.
A Linguagem. Para Parmênides, a linguagem consiste na
doutrina do ser, sintetizada na célebre fórmula o ser é, o não-ser não é. A sua argumentação baseia-se no seguinte: “Enquanto
aquilo-que-é pode ser dito – portanto, pensado –, aquilo-que-não-é afasta-se,
por definição, de qualquer formulação linguística e intelectual. É impossível
pensar o nada. No cotidiano, usamos o verbo ser de modo impróprio e acabamos por atribuir
realidade a condições de ausência, a coisas que não existem: a escuridão e o
silêncio, por exemplo, são condições de não-ser da luz e do som, portanto, pela
lógica não existem”. (1)
(1) NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna.
Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.
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