11 fevereiro 2020

Avicena

"A qualidade da vida é mais importante que a sua duração." (Avicena)

Avicena (980-1037) é o principal médico e filósofo de sua época. Quando criança, foi estudioso tenaz de lógica, química, geologia e astronomia. Ibn Sina é o seu nome verdadeiro, porém é mais conhecido no Ocidente pela versão latina, Avicena. Aos 18 anos de idade, diz que se debateu com a Metafísica de Aristóteles por um ano e meio, lendo a obra quarenta vezes antes de ficar satisfeito por ter compreendido seu significado na totalidade, graças a um comentário de al-Farabi

As aplicações das ideias aristotélicas e neoplatônicas à teologia islâmica estão expressas em sua principal obra filosófica, O Livro da Cura, que abrange lógica, ciências naturais e metafísica. Em sua metafísica, Deus é necessário. Distingue entre ser necessário e ser contingente, ou melhor, entre existência e essência das coisas. Argumenta que a forma e a matéria não podem interagir sozinhas e gerar o movimento, nem gerar a própria existência. Para que a essência daquilo que existe assuma uma forma física, é preciso haver uma causa anterior (Deus), algo mais poderoso, cuja própria existência ocupe uma posição superior em termos hierárquicos.

Avicena pede que imaginemos um homem criado com perfeição, que de repente inicia sua existência flutuante no vácuo, com a vista velada e os braços e as pernas esticados. Não pode ver nada; não toca em nada. Porém, mesmo sem a sensação física, ele está consciente de sua própria existência.

Para Avicena, o objetivo da filosofia é demonstrar por meio da razão as verdades reveladas por Deus. Aos filósofos é reservado o cuidado de elucidar sobre as partes obscuras e ocultas das doutrinas divinas reveladas. Em seus estudos, encontramos elementos de filosofia da ciência. Ele descreve um método de investigação científica e se pergunta como é possível alcançar hipóteses, afirmações que não necessitam de prova para que sejam consideradas verdadeiras ou deduções iniciais sem que elas sejam inferidas das premissas. Para ele a solução é a combinação do antigo método indutivo aristotélico com um método que utiliza a experimentação e a observação atenta do que se quer conhecer.

Resumo esquemático: Se eu ficasse de olhos vendados e suspenso no ar, tocando em nada... ==> ... não saberia que tenho um corpo. ==> Mas saberia que eu — meu "eu" ou "alma" — existo. ==> Então, minha alma não é um corpo, mas algo diferente. ==> A alma é distinta do corpo.

Fonte de Consulta

LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.

(http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=47)



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