"A
qualidade da vida é mais importante que a sua duração." (Avicena)
Avicena
(980-1037) é o principal médico e filósofo de sua época. Quando criança, foi
estudioso tenaz de lógica, química, geologia e astronomia. Ibn Sina é o seu
nome verdadeiro, porém é mais conhecido no Ocidente pela versão latina,
Avicena. Aos 18 anos de idade, diz que se debateu com a Metafísica
de Aristóteles por um ano e meio, lendo a obra quarenta vezes antes de ficar
satisfeito por ter compreendido seu significado na totalidade, graças a um
comentário de al-Farabi
As aplicações
das ideias aristotélicas e neoplatônicas à teologia islâmica estão expressas em
sua principal obra filosófica, O Livro da Cura, que abrange lógica, ciências naturais e metafísica.
Em sua metafísica, Deus é necessário. Distingue entre ser necessário e ser
contingente, ou melhor, entre existência e essência das coisas. Argumenta que a forma e a matéria não podem
interagir sozinhas e gerar o movimento, nem gerar a própria existência. Para que a essência daquilo que existe
assuma uma forma física, é preciso haver uma causa anterior (Deus), algo mais
poderoso, cuja própria existência ocupe uma posição superior em termos
hierárquicos.
Avicena pede
que imaginemos um homem criado com perfeição, que de repente inicia sua
existência flutuante no vácuo, com a vista velada e os braços e as pernas
esticados. Não pode ver nada; não toca em nada. Porém, mesmo sem a sensação
física, ele está consciente de sua própria existência.
Para Avicena, o objetivo da filosofia é demonstrar por
meio da razão as verdades reveladas por Deus. Aos filósofos é reservado o
cuidado de elucidar sobre as partes obscuras e ocultas das doutrinas divinas
reveladas. Em seus estudos, encontramos elementos de filosofia da ciência. Ele descreve um método de investigação
científica e se pergunta como é possível alcançar hipóteses, afirmações que não
necessitam de prova para que sejam consideradas verdadeiras ou deduções iniciais
sem que elas sejam inferidas das premissas. Para ele a solução é a combinação
do antigo método indutivo aristotélico com um método que utiliza a
experimentação e a observação atenta do que se quer conhecer.
Resumo
esquemático: Se eu
ficasse de olhos vendados e suspenso no ar, tocando em nada... ==> ... não saberia que tenho um corpo. ==> Mas saberia
que eu — meu "eu" ou "alma" — existo.
==> Então, minha alma não é um corpo, mas algo diferente. ==> A alma é distinta do corpo.
Fonte de Consulta
LEVENE,
Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre
Filosofia. Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.
VÁRIOS
COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São
Paulo: Globo, 2011.
(http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=47)
Nenhum comentário:
Postar um comentário