Tao quer dizer
caminho, natureza. Esta palavra foi tirada dos ensinamentos de Lao-Tse (que
viveu na China provavelmente no séc. VI a.C.), a quem se atribuiu o Tao
te Ching , isto é, o livro do caminho e da virtude.
Em oposição ao caráter racionalista do ensinamento de Confúcio, Lao-Tse
enveredou-se pelo ensinamento místico, religioso e contemplativo, em que
a não-resistência assume importância capital. Presentemente,
serve de estímulo aos líderes, tanto religiosos como políticos.
A água,
na filosofia taoísta, tem papel relevante. De acordo com Lao-Tse, a água é
fluida, flexível e, por isso, adapta-se a qualquer situação, penetra nos poros
e faz drenagem na terra. Ela se desloca para os lugares mais baixos, criando
assim o símbolo da submissão. Nesse sentido, o homem do Tao deve
ser humilde e ocupar o último lugar. Esta maneira de ver o mundo cria uma
desordem no homem racional do ocidente, pois este quer, a todo o momento,
aparecer nas páginas do jornal, mesmo que seja à custa do crime.
A filosofia taoísta
ensina-nos muito sobre a transparência. Pergunta-se: que sensação
teríamos se, ao levantarmos pela manhã, todos os que convivem conosco entrassem
em contato direto com os nossos pensamentos mais íntimos, e descortinassem o
nosso modo de agir? Se todos souberem o que todos pensam seríamos mais honestos
para com os nossos semelhantes. Poderíamos facilmente parar de nos preocupar
conosco mesmos, pois aceitaríamos naturalmente tanto o fracasso como o êxito. A
nossa função seria apenas tomar consciência do que se nos apresenta aqui e
agora.
Seguir a força
do grupo é outra recomendação do Tao. Nada de querer que as coisas
sucedam como desejamos; desejemo-las tais quais são. Para facilitar este
trabalho, Lao-Tse recomenda: cortar a lenha na direção do veio, fluir com a
correnteza do rio e içar velas ao sabor do vento. Quer dizer, não force para
que as coisas aconteçam; espere o momento oportuno. O intrigante é que mesmo
nada forçando, tudo se realiza. É daí que emerge a atividade fecunda de um
grupo de trabalho, de um grupo de estudo, pois cada participante sente-se
responsável pela realização geral.
O Tao prescreve
a não formulação de projetos, de planos, nem mesmo da luta entre
virtude e vício. Para o taoísmo, o que importa é a surpresa que a vida nos
oferece a cada momento. O planejamento meticuloso de tudo o que formos fazer
impede-nos de penetrar na essência do Tao. Deixando tudo por conta da natureza,
da sabedoria divina, teríamos mais chance de obter o êxito, pois faríamos tudo
dentro de um plano superior, que sabe melhor do que nós o que é importante para
a nossa evolução espiritual.
Tomemos consciência
do nosso estado mental e emocional. Somente assim construiremos um futuro cheio
de paz e harmonia.
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