A química da felicidade é sentir-se bem, mesmo sem uma boa razão. Por
quê? Como sociedade, as nossas responsabilidades com a vida cotidiana tendem a
ser negativas, ao invés de positivas. Observe o noticiário da mídia: morte,
sequestro e guerra; além destes, a grande inutilidade da maioria programas
televisivos; e para completar, os filmes de violência. A Psicologia informa-nos
de que o nosso subconsciente registra todas as cenas, quer sejam verdadeiras ou
fictícias. Para ele, tudo é verdadeiro. Por isso, o cuidado na escolha do que
irá povoar a nossa mente.
Os relacionamentos são o ponto de partida para a nossa felicidade. Há
relacionamentos que somos obrigados a suportar, quer sejam bons ou ruins: são
os contatos com os nossos familiares. Contudo, há outros que podem ser
desfeitos. É o caso, por exemplo, de termos sob nossa supervisão funcionários
relapsos, que nos trazem problemas, deixando-nos na mão quando mais deles
precisarmos. Estes podem ser substituídos por outros que, além de serem
otimistas, acrescentam valor ao produto.
Passamos, a maior parte do nosso tempo, remoendo o passado ou temendo o
futuro. É impossível nos libertar de nossa memória, mas se ela estiver
atrapalhando o bom desempenho das nossas ações no presente, ela deverá ser
revista. Se o remorso de um erro cometido no passado gasta muitas horas do
nosso dia, não nos sobra tempo de repará-lo eficientemente. Do mesmo modo é a
apreensão sobre o que há de vir. A concentração acaba provocando a ação. Nesse
sentido, o provérbio "prepare-se para o pior e espere o melhor" não é
verdadeiro. Se nos prepararmos para o pior, o nosso pensamento se concentrará
nisso e acabará o atraindo para nós. A regra deve ser: "vivamos
intensamente o momento que passa".
Problemas? Dificuldades? Quem não os têm? Qual é a melhor atitude a
tomar? Um problema não pode ser colocado debaixo do tapete, como fazemos com o
lixo de casa, pois ao avolumar-se, poderemos tropeçar nele e acabar nos
machucando. Ele deve ser enfrentado tão logo surja. Mas há problemas e
dificuldades que se repetem indefinidamente. Estes, com certeza, devem ser
banidos do nosso foco de atenção. Pois aquilo que se perpetua pode ser a
influência menos feliz de alguma entidade espiritual ou a nossa imaginação
mórbida.
A felicidade requer tempo para meditação e reflexão. É aquele momento
sagrado que todo o ser humano deveria reservar para si mesmo. Nesse mister,
convém nos retirarmos do mundo exterior e debruçarmo-nos sobre o nosso
interior. Seria como Santo Agostinho fazia todas as noites: repassava o dia para
ver como fora em pensamentos, palavra e atos. Voltando para dentro de nós
mesmos, podemos tomar consciência tanto de nossas fraquezas como de nossas
potencialidades. É nesse clima de interioridade que podemos solicitar forças
para suplantar as nossas limitações.
Forjemos a nossa felicidade. Não esperemos
circunstâncias exteriores favoráveis. Todo o momento é momento de vivenciá-la,
pois ela depende de como estamos interpretando o mundo que nos rodeia.
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