16 setembro 2006

Química da Felicidade

A química da felicidade é sentir-se bem, mesmo sem uma boa razão. Por quê? Como sociedade, as nossas responsabilidades com a vida cotidiana tendem a ser negativas, ao invés de positivas. Observe o noticiário da mídia: morte, sequestro e guerra; além destes, a grande inutilidade da maioria programas televisivos; e para completar, os filmes de violência. A Psicologia informa-nos de que o nosso subconsciente registra todas as cenas, quer sejam verdadeiras ou fictícias. Para ele, tudo é verdadeiro. Por isso, o cuidado na escolha do que irá povoar a nossa mente.

Os relacionamentos são o ponto de partida para a nossa felicidade. Há relacionamentos que somos obrigados a suportar, quer sejam bons ou ruins: são os contatos com os nossos familiares. Contudo, há outros que podem ser desfeitos. É o caso, por exemplo, de termos sob nossa supervisão funcionários relapsos, que nos trazem problemas, deixando-nos na mão quando mais deles precisarmos. Estes podem ser substituídos por outros que, além de serem otimistas, acrescentam valor ao produto.

Passamos, a maior parte do nosso tempo, remoendo o passado ou temendo o futuro. É impossível nos libertar de nossa memória, mas se ela estiver atrapalhando o bom desempenho das nossas ações no presente, ela deverá ser revista. Se o remorso de um erro cometido no passado gasta muitas horas do nosso dia, não nos sobra tempo de repará-lo eficientemente. Do mesmo modo é a apreensão sobre o que há de vir. A concentração acaba provocando a ação. Nesse sentido, o provérbio "prepare-se para o pior e espere o melhor" não é verdadeiro. Se nos prepararmos para o pior, o nosso pensamento se concentrará nisso e acabará o atraindo para nós. A regra deve ser: "vivamos intensamente o momento que passa".

Problemas? Dificuldades? Quem não os têm? Qual é a melhor atitude a tomar? Um problema não pode ser colocado debaixo do tapete, como fazemos com o lixo de casa, pois ao avolumar-se, poderemos tropeçar nele e acabar nos machucando. Ele deve ser enfrentado tão logo surja. Mas há problemas e dificuldades que se repetem indefinidamente. Estes, com certeza, devem ser banidos do nosso foco de atenção. Pois aquilo que se perpetua pode ser a influência menos feliz de alguma entidade espiritual ou a nossa imaginação mórbida.

A felicidade requer tempo para meditação e reflexão. É aquele momento sagrado que todo o ser humano deveria reservar para si mesmo. Nesse mister, convém nos retirarmos do mundo exterior e debruçarmo-nos sobre o nosso interior. Seria como Santo Agostinho fazia todas as noites: repassava o dia para ver como fora em pensamentos, palavra e atos. Voltando para dentro de nós mesmos, podemos tomar consciência tanto de nossas fraquezas como de nossas potencialidades. É nesse clima de interioridade que podemos solicitar forças para suplantar as nossas limitações. 

Forjemos a nossa felicidade. Não esperemos circunstâncias exteriores favoráveis. Todo o momento é momento de vivenciá-la, pois ela depende de como estamos interpretando o mundo que nos rodeia.

 


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