Um tema, embora confuso na sua origem, deve ser
apresentado de forma ordenada. O orador, ou o escritor deve constantemente cuidar
para engatar o vagão de seu pensamento ao de seus ouvintes. Pôr ordem nos
pensamentos exige um esforço de se ter uma tese, os silogismos que daí dimanam
e uma conclusão. Em outros termos, anunciar o tema, desenvolvê-lo logicamente,
para depois concluir com mestria.
Por que devemos definir os termos? A definição
mostra que o orador ou escritor está preocupado com o real significado das
palavras usadas. Definir não é uma artimanha intelectual, como muitos pensam,
mas um senso de responsabilidade para com aqueles que estão na outra ponta do
texto ou do discurso. Às vezes, queremos falar de modo empolado, como por
exemplo, a “laicidade é um princípio democrático”. Mas o que significa
laicidade? Será que o sabemos? E as pessoas que nos estão escutando?
A origem do conhecimento é universal, confuso, o
que não quer dizer misturado. Todos temos uma ideia geral de Deus, do Universo,
do homem e da planta. Para compreendermos melhor estes termos, saibamos
dividi-los, ou seja, partamos sempre da ideia geral para as particulares, para
os detalhes. Este princípio da aprendizagem implica outro princípio, que é o do
passar do conhecido para o desconhecido. O conhecido é o geral; o desconhecido,
o detalhe.
A opinião revela certa preguiça mental. Quando nos
colocam um texto difícil ou com o qual não nos simpatizamos, imediatamente o
deixamos de lado e vamos ao encontro de outras leituras mais acessíveis. A
opinião, na maioria das vezes, representa apenas o nosso modo de pensar sobre
uma coisa e não a coisa em si. Não nos expressamos de acordo como a coisa é,
mas sim de acordo com aquilo que julgamos ser, com aquilo que só tem valor para
nós. Não nos rendamos a esse modo de pensar, porque esse procedimento de
maneira alguma nos conduzirá à descoberta da verdade.
De que vale assistir à TV, ler um artigo de jornal,
um texto literário e não reter nada do que viu ou ouviu? Não será perda de
tempo? Para obtermos as informações úteis e necessárias, convém observamos tudo
de forma bem ampla, ou seja, extrair do momento presente tudo o que ele possa
nos fornecer. Caso estejamos cansados, procuremos um outro tipo de atividade,
especialmente aquela que nos distraia. Contudo, o esforço maior deve ser
alocado para a obtenção de conhecimento, pois a vida é breve e deveremos
prestar contas das horas que passam.
No exercício de pensar, escrever e falar há sempre
novas técnicas a serem aprendidas. Tenhamos a coragem de procurá-las,
absorvê-las e colocá-las em prática em nosso dia-a-dia.
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