Por onde começa um pensamento? por um sentimento?
Por uma situação? Por interferências ocultas? Não o sabemos ao certo. Contudo,
ele se nos apresenta e permanece conosco durante algum tempo. Assim, mesmo
conhecendo a sua origem, podemos supor três fases de seu desenvolvimento: 1.ª)
o mundo afeta o nosso pensamento; 2.ª) o mundo e os nossos sentimentos afetam o
nosso pensamento; 3.ª) somos levados à prática de uma ação, que embora pessoal,
não deixa de ter repercussão no social.
Estarmos envoltos com pensamentos é pressupormos
mudança, quer seja para melhor ou para pior. Se escolhermos aqueles pensamentos
que tendam para o bem, o resultado será uma boa ação; se escolhermos os pensamentos
que tendam para o mal, o resultado será uma má ação. Em outras palavras, quando
formos inseridos numa determinada circunstância, teremos inevitavelmente uma
experiência, a qual será um requisito básico para a próxima circunstância.
Mudamo-nos sem o percebermos.
Quando nos mudamos, o mundo também muda. Cometemos
um grande erro se, depois de nos modificarmos em certo aspecto, acharmos que o
mundo não mudou. Observe o campo do relacionamento humano em que, depois de
passados longos períodos de tempo, o ofensor e o ofendido já não mais se
digladiam: o tempo os modificou. Por isso, o cuidado de não nos chafurdarmos na
situação presente, pois ainda não somos capazes de perceber a amplitude dos
efeitos educacionais que os sofrimentos atuais engendram em nossa alma
enfermiça. Quem sabe não estamos sendo lapidados em nosso orgulho e em nossa
vaidade?
Um mesmo estímulo pode gerar respostas diferentes.
Tomemos como exemplo a faca e a pedra. Se batermos a pedra na faca,
estragaremos o seu corte; se, ao contrário, pegarmos essa mesma pedra e
passarmos levemente em seu corte, teremos uma faca afiada. Quer dizer, a pedra
é a mesma, o que modificou foi o uso que dela fizemos. Semelhantemente são as
nossas palavras: dependendo do modo como as proferimos, podemos levantar as
almas às alturas celestes ou rebaixá-las às profundidades do pântano.
Quando sentimos e pensamos somos seres aptos a
transformar a sociedade. Karl Marx, filósofo materialista, falava que até
aquele momento (sua vinda a este Planeta) os filósofos não haviam mais do que
exercitado o pensamento. A partir daquela data, deveríamos passar à ação, no
sentido de transformar a sociedade. Preconizou, assim, baseado nos estudos
históricos, transformar o capitalismo em socialismo, onde se alcançaria a igualdade
entre todos os seres humanos.
O nosso pensamento não tem limites: o temor e o
amor convivem conosco diuturnamente. Cabe-nos, assim, administrá-lo conveniente
para que não descambe nem para o pessimismo exagerado nem para o otimismo
irreal.
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