O que é o ser? O que somos no momento atual?
Estamos fazendo do "fazer" uma rotina ou uma atividade refletida? As
nossas ações são consequências de nossa vontade ou da vontade alheia? Até que
ponto aquilo que consideramos útil é realmente útil? Agimos de conformidade com
o conceito ou com o preconceito? Vemos somente a linha ou conseguimos
vislumbrar as entrelinhas? Além do texto, observamos o contexto?
O "ser" de uma forma geral evade-se do
"real". Ora pela fabulação e ora pela rotina. Pela fabulação, cria um
mundo mágico, de fantasias e sente-se seguro nessas elucubrações. Pela rotina,
age de conformidade com os clichês automatizados, sem perspectiva de inovação.
Exemplo: todos os dias fazemos um trajeto para nos dirigirmos ao local do
trabalho. A maioria de nós só muda esse trajeto quando acontece um desastre ou
um congestionamento muito intenso, inviabilizando o prosseguimento no mesmo
caminho, caso contrário continuaríamos por ele.
Para "sermos" e "fazermos"
precisamos adquirir não só o direito de liberdade como também o dever de
liberdade. Ouvimos constantemente a frase: "Todos têm direito à
liberdade". Mas qual o significado de liberdade? Seria agir de
conformidade com a consciência de cada um? Se assim for, estamos cuidando da
formação de nossa consciência? Nota-se que a formação de uma consciência
implica ter responsabilidade, portanto, ter conhecimento e o conhecimento
dá-nos a dimensão exata de nosso dever perante o próximo e para conosco mesmos.
A liberdade, dentro de uma perspectiva ampla e
profunda, não é tão simples quanto à primeira vista parece. Compreendamos que
ela deve ser "construída" em cada um de nós. Significa dizer que
formar a liberdade é estruturar a nossa personalidade, atuando de forma mais consciente
no meio em que estivermos inseridos. "Ter bom senso é fastidioso" já
nos dizia Bérgson, pois preferimos viver na aparente segurança da mentira à
envidar esforços para compreendermos a verdade.
À medida que avançamos nos estudos, tomamos
consciência de nossa pequenez ante o infinito, mas ao mesmo tempo adquirirmos
confiança que o conhecimento absorvido pode, através de nossas ações, acender
uma luz de pirilampo na mente daqueles que estão circunstancialmente no caminho
conosco.
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