10 setembro 2006

O Ser e o Fazer

O que é o ser? O que somos no momento atual? Estamos fazendo do "fazer" uma rotina ou uma atividade refletida? As nossas ações são consequências de nossa vontade ou da vontade alheia? Até que ponto aquilo que consideramos útil é realmente útil? Agimos de conformidade com o conceito ou com o preconceito? Vemos somente a linha ou conseguimos vislumbrar as entrelinhas? Além do texto, observamos o contexto?

O "ser" de uma forma geral evade-se do "real". Ora pela fabulação e ora pela rotina. Pela fabulação, cria um mundo mágico, de fantasias e sente-se seguro nessas elucubrações. Pela rotina, age de conformidade com os clichês automatizados, sem perspectiva de inovação. Exemplo: todos os dias fazemos um trajeto para nos dirigirmos ao local do trabalho. A maioria de nós só muda esse trajeto quando acontece um desastre ou um congestionamento muito intenso, inviabilizando o prosseguimento no mesmo caminho, caso contrário continuaríamos por ele.

Para "sermos" e "fazermos" precisamos adquirir não só o direito de liberdade como também o dever de liberdade. Ouvimos constantemente a frase: "Todos têm direito à liberdade". Mas qual o significado de liberdade? Seria agir de conformidade com a consciência de cada um? Se assim for, estamos cuidando da formação de nossa consciência? Nota-se que a formação de uma consciência implica ter responsabilidade, portanto, ter conhecimento e o conhecimento dá-nos a dimensão exata de nosso dever perante o próximo e para conosco mesmos.

A liberdade, dentro de uma perspectiva ampla e profunda, não é tão simples quanto à primeira vista parece. Compreendamos que ela deve ser "construída" em cada um de nós. Significa dizer que formar a liberdade é estruturar a nossa personalidade, atuando de forma mais consciente no meio em que estivermos inseridos. "Ter bom senso é fastidioso" já nos dizia Bérgson, pois preferimos viver na aparente segurança da mentira à envidar esforços para compreendermos a verdade.

À medida que avançamos nos estudos, tomamos consciência de nossa pequenez ante o infinito, mas ao mesmo tempo adquirirmos confiança que o conhecimento absorvido pode, através de nossas ações, acender uma luz de pirilampo na mente daqueles que estão circunstancialmente no caminho conosco.

 

 

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