Parmênides de Eléia, na Grécia Antiga,
é considerado o mais remoto precursor da lógica ao enunciar o princípio
de identidade e de não contradição. Zenão,
discípulo de Parmênides, vem em seguida, ao empregar a argumentação erística,
ou seja, a arte da disputa ou da discussão. Posteriormente Sócrates, com
a maiêutica, e Platão, com a teoria das ideias,
completaram a base para o advento da lógica aristotélica.
Aristóteles é unanimemente reconhecido
como o fundador da lógica, embora não tenha
sido o primeiro a usá-la. A lógica aristotélica é fundamentalmente um
raciocínio analítico. É muito mais uma propedêutica científica, um organon (que todas as ciências
se utilizam) do que propriamente uma ciência. É de Aristóteles que vem a
divisão do objeto da lógica, que estuda as três operações da inteligência:
o conceito, o juízo e o raciocínio. O
objeto próprio da lógica não é nem o conceito nem o juízo, mas o raciocínio,
que permite a progressão do pensamento, que dizer, a passagem do conhecido para
o desconhecido.
A Idade Média ainda é
marcada pela lógica aristotélica. Com o Renascimento, os
instrumentos de pesquisas das novas ciências modificam-se. A física moderna,
por exemplo, exigia um método diferente da lógica aristotélica que permitisse
apreender efetivamente o real e não se limitasse a garantir a racionalidade ou
a coerência do pensamento. Esse novo organon, de natureza lógico-matemática, é a geometria analítica
de Descartes e o cálculo infinitesimal de Leibniz.
Leibniz critica a lógica tradicional, partindo do
pressuposto de que o mundo “é o cálculo de Deus”. Tinha a intenção não de
demonstrar verdades conhecidas, mas descobrir novas verdades. Imagina, para
isso, uma combinatória universal que permitisse estudar, a priori,
todas as combinações entre os conceitos. A ideia da mathesis
universalis, de nítida inspiração cartesiana, leva o racionalismo às últimas
consequências, admitindo-se em tese, a dedução completa do real.
Kant,
ao admitir a possibilidade dos juízos sintéticos a priori, e Hegel,
pela sua dialética, dão, também, as suas contribuições à compreensão do tema.
Kant diz que os juízos sintéticos a priori são puros, vazios
de qualquer conteúdo à maneira da lógica tradicional. Hegel, por outro lado,
elucida a superação da teoria da forma e do conteúdo elaborada por Heráclito,
mostrando que os termos aparentemente separados passam uns para os outros,
excluindo espontaneamente a separação.
Na atualidade, embora se dê maior
importância à lógica simbólica, não se deve desprezar o valor histórico e todos
os esforços dos filósofos que nos antecederam.
Fonte de Consulta
CORBISIER, R. Enciclopédia
Filosófica. 2. ed., Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1987.
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