De acordo com o Taoísmo, a palavra Tao, que
significa Deus, não pode ser definida, mas conhecida. Tao quer dizer “como”,
como as coisas acontecem, como elas funcionam. Tao (Deus) é o princípio único.
Conhecer a Deus é conhecer o princípio único. A criação é um processo que,
embora seja distinto do princípio único, dele não pode ser separado. Pode-se
dizer que o princípio único é uma espécie de atitude, de postura assumida
frente à vida, junto ao próximo e com relação a todas as coisas.
A pessoa que tem em mente o princípio único, age em
função do seu centro. Ele fixa metas, deveres e trabalhos de acordo com o seu
“eu” interno. Não faz as coisas para agradar ao superior ou mesmo pisotear o
inferior. Também não age de acordo com os interesses próprios. Forja de tal
maneira a sua alma num objetivo único e não se desvia dele por qualquer
contratempo do caminho, sofrendo por isso toda a sorte de contrariedades. Sabe
que a dúvida, no plano externo, pode auxiliar a experimentação, mas a hesitação
no plano íntimo é dissolvente de nossas melhores energias.
O princípio único deve ser captado através da
meditação e da tomada de consciência. Para tanto, devemos nos manter abertos ao
que estiver acontecendo aqui e agora. Questão: o que está acontecendo com o
grupo quando nada acontece? Este é o campo de ação do grupo. O processo de
meditação mostra-nos que só o fato de tomarmos consciência do que está
acontecendo, leva-nos para a boa condução do grupo. Se surgirem problemas, eles
se resolverão pela tomada de consciência e não pela atuação do nosso
personalismo.
O preconceito é um entrave à percepção do princípio
único. Por que? O preconceituoso é um indivíduo que forma antecipadamente um
sistema de valores e atua segundo ele. Como o faz previamente, quer que tudo se
ajuste ao seu modo de pensar. Acontece que as coisas são o que são; não podemos
mudá-las a nosso bel prazer. A verdade não pode ser contestada; ela deve ser
intuída. Assim, o líder judicioso não exige que as coisas aconteçam deste ou
daquele jeito, mas mantém sua mente aberta para o que estiver acontecendo, quer
seja agradável ou não.
Meditemos, também, sobre o paradoxo da renúncia.
Renunciando ao que somos, tornamo-nos o que poderíamos ser. Renunciando ao que
temos, recebemos o de que precisamos. Ao ceder, resistimos. A linha da
polaridade é científica: se alguém exagera em se tornar famoso, acaba por ser
desprezado; a preocupação de se embelezar torna feia uma pessoa. Aceitando-nos
tal qual somos, promovemo-nos para a realização de nossa plenitude, que é o
fornecimento da seiva da vida a todos os viajantes desse planeta de provas e
expiações.
Fixemos nosso olhar em Deus. Não permitamos que a
dúvida, o desânimo e todas as forças contrárias ao bem nos distanciem de tarefa
que temos de realizar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário