Os filósofos gregos da antiguidade, entre os quais Sócrates,
Platão e Aristóteles, forneceram-nos as duas grandes teorias filosóficas:
racionalismo e empirismo. Os racionalistas sustentavam que as ideias do homem
eram inatas, sendo que a experiência servia apenas para despertá-las na
consciência; os empiristas afirmavam que o espírito não tem ideias próprias, e
por isso contemplava o mundo através das janelas dos sentidos. A Filosofia é,
através dos tempos, uma discussão entre as várias formas dessas duas grandes
vertentes do pensamento.
Os
filósofos medievais, principalmente Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino,
acrescentaram ao conhecimento pela razão e ao conhecimento pelo sentido, o
conhecimento revelado por Deus através da fé. Assim, conquanto os filósofos
cristãos aceitassem a verdade dupla — uma pela pesquisa e a outra pela fé —, é
evidente que se julgava o conhecimento originário da revelação divina superior
ao oriundo da experiência. O resultado natural era que a razão humana estava
sendo constantemente corrigida pela Igreja. Quer dizer, qualquer esforço do
pensamento humano era insuficiente para suplantar a autoridade da Igreja, a
detentora da verdade.
À
medida que o homem começou a adquirir confiança em si, colocou em cheque a
autoridade divina da Igreja. Galileu, por exemplo, dizia que todas as ideias
devem apoiar-se em observações e experiências. Francis Bacon, por seu turno,
alertava aos homens para se desembaraçarem dos ídolos ou preconceitos e falsos
pontos de vista e observassem o mundo atentamente. Descartes, em sua lucubração
filosófica, achava que o indivíduo devia partir de premissas que não podiam ser
contestadas. Estabeleceu, assim, o princípio fundamental do pensamento, que
todas as ideias verdadeiras devem ser claras e distintas.
Apesar
da ingerência da Igreja, no sentido de firmar o conhecimento pela revelação, o
progresso da Filosofia continuou com a luta entre racionalistas e empiristas.
Locke dizia que todas as ideias vêm ao indivíduo através da experiência dos
sentidos. Para ele, o espírito é uma tabuinha em branco, em que marcam os
caracteres da existência. Berkeley, discordou de Locke dizendo que não podemos
conhecer coisa alguma além daquilo que esteja no espírito. David Hume,
discordando de Locke e Berkeley, diz que temos ideias, mas não sabemos de onde
elas vêm. Leibnitz, por sua vez, discordou de Locke, Berkeley e Hume, afirmando
que a mônada é autônoma e não pode ser afetada ou influenciada de fora.
Além
dos filósofos citados acima, somam-se os contributos de Kant, Fichte, Hegel,
Comte, Mill, Spencer e outros. Acontece que muitos pensadores modernos, sob a
influência da Psicologia, passaram da teoria do conhecimento para o estudo do
próprio pensamento. William James afirma ser o pensamento um instrumento e não
ser melhor que o seu serviço que presta numa situação. Para John Dewey, o homem
não pensa, a menos que tenha um problema para resolver. Simples fantasias
passageiras, devaneios e coisas semelhantes não representam pensamento, no
sentido verdadeiro do termo.
Embora a filosofia moderna siga as pegadas dos pragmatistas, isto é, discuta sobre o pensamento apenas por aquilo que ele possa fornecer de utilidade para a resolução de um problema, nada nos impede de questionar como surgem e desaparecem os pensamentos de nossa cabeça.
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