Para Heráclito,
todos têm o logos, mas só os despertos o sabem. O logos é
o pensamento, a razão, a inteligência, o discurso; é, também, o princípio de
tudo, a lei que regula o funcionamento do cosmo. Todos participam do logos
universal. “Alguns, os adormecidos, limitam-se às percepções imediatas,
vivem como que num sonho e desenvolvem opiniões subjetivas; outros — os
filósofos ou os despertos — utilizam o logos de
modo consciente e conseguem penetrar profundamente na verdade da natureza”.
Para Parmênides,
somente a razão vê o real. Os cinco sentidos testemunham toda a transformação
da realidade. “É verdade que a vida cotidiana requer o uso dos órgãos dos
sentidos, mas por meio deles não se chega à verdade. A razão, não o olho, vê o
real”.
Para Sócrates,
o fundamental é saber que não se sabe. A presunção do saber é o maior empecilho
para a descoberta da verdade. “Sócrates defende esses argumentos com uma
abordagem irônica e intencionalmente paradoxal: invertendo os valores do bom
senso, o elogio socrático do não-saber provoca no interlocutor uma benéfica
sacudida intelectual”.
Para Platão,
o conhecimento é fruto da recordação. Para ele, “A alma conhece as coisas
recuperando a lembrança adormecida daquilo que viu no mundo extraterreno antes
de reencarnar”.
Para Cusa,
o conhecimento assenta-se na douta ignorância. “Em relação a Deus, tudo o que
se pode fazer é confessar a total impossibilidade de entender: o homem é como
um caçador sempre em busca de uma presa em fuga, porque a sua mente, se de um
lado pode conceber Deus como perfeição absoluta, do outro, é totalmente incapaz
de preencher com conteúdos positivos essa ideia de perfeição”.
Para Descartes,
deve-se usar o método para raciocinar corretamente. O pensamento científico
deve se estruturar de forma diferente da do pensamento cotidiano. Acha que “a
investigação científica deve ser absolutamente desinteressada, ou seja,
indiferente a qualquer utilidade ou interesse social”.
Para Condillac,
todo conhecimento deriva da experiência. Formula “uma doutrina completamente
materialista e voltada para os sentidos: nada existe na mente humana senão as
percepções que ela recebe do exterior a cada momento”.
Para Locke,
a mente não inventa ideias. “A mente limita-se a reelaborar sob forma de
abstração crescente dados e observações que recebe do exterior, segundo a
fórmula empirista nada existe no intelecto que não tenha antes passado
pela percepção”.
Para Kant,
em toda a sensação existe um a priori. “A vista não funciona como
uma máquina fotográfica: uma parte da percepção (a sua forma)
depende exclusivamente do sujeito, dos esquemas a priori (espaço-temporais)
que estruturam a sua psique”.
Para Hegel,
tudo aquilo que dizemos finito não existe. O finito deve ser estudado como
parte de um todo. “O finito existe unicamente como parte do infinito e em cada
coisa existente se pode perceber o desenvolvimento necessário do espírito”.
Fonte de Consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia
Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita
De Luca. São Paulo: Globo, 2005.
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