12 fevereiro 2012

O Significado de Pensar Segundo Alguns Filósofos

Para Heráclito, todos têm o logos, mas só os despertos o sabem. O logos é o pensamento, a razão, a inteligência, o discurso; é, também, o princípio de tudo, a lei que regula o funcionamento do cosmo. Todos participam do logos universal. “Alguns, os adormecidos, limitam-se às percepções imediatas, vivem como que num sonho e desenvolvem opiniões subjetivas; outros — os filósofos ou os despertos — utilizam o logos de modo consciente e conseguem penetrar profundamente na verdade da natureza”.

Para Parmênides, somente a razão vê o real. Os cinco sentidos testemunham toda a transformação da realidade. “É verdade que a vida cotidiana requer o uso dos órgãos dos sentidos, mas por meio deles não se chega à verdade. A razão, não o olho, vê o real”.

Para Sócrates, o fundamental é saber que não se sabe. A presunção do saber é o maior empecilho para a descoberta da verdade. “Sócrates defende esses argumentos com uma abordagem irônica e intencionalmente paradoxal: invertendo os valores do bom senso, o elogio socrático do não-saber provoca no interlocutor uma benéfica sacudida intelectual”.

Para Platão, o conhecimento é fruto da recordação. Para ele, “A alma conhece as coisas recuperando a lembrança adormecida daquilo que viu no mundo extraterreno antes de reencarnar”.

Para Cusa, o conhecimento assenta-se na douta ignorância. “Em relação a Deus, tudo o que se pode fazer é confessar a total impossibilidade de entender: o homem é como um caçador sempre em busca de uma presa em fuga, porque a sua mente, se de um lado pode conceber Deus como perfeição absoluta, do outro, é totalmente incapaz de preencher com conteúdos positivos essa ideia de perfeição”.

Para Descartes, deve-se usar o método para raciocinar corretamente. O pensamento científico deve se estruturar de forma diferente da do pensamento cotidiano. Acha que “a investigação científica deve ser absolutamente desinteressada, ou seja, indiferente a qualquer utilidade ou interesse social”.

Para Condillac, todo conhecimento deriva da experiência. Formula “uma doutrina completamente materialista e voltada para os sentidos: nada existe na mente humana senão as percepções que ela recebe do exterior a cada momento”.

Para Locke, a mente não inventa ideias. “A mente limita-se a reelaborar sob forma de abstração crescente dados e observações que recebe do exterior, segundo a fórmula empirista nada existe no intelecto que não tenha antes passado pela percepção”.

Para Kant, em toda a sensação existe um a priori. “A vista não funciona como uma máquina fotográfica: uma parte da percepção (a sua forma) depende exclusivamente do sujeito, dos esquemas a priori (espaço-temporais) que estruturam a sua psique”.

Para Hegel, tudo aquilo que dizemos finito não existe. O finito deve ser estudado como parte de um todo. “O finito existe unicamente como parte do infinito e em cada coisa existente se pode perceber o desenvolvimento necessário do espírito”.

Fonte de Consulta

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.

 

Um comentário:

Anônimo disse...
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